Os saques das cadernetas de poupança superaram os depósitos em R$ 5,832 bilhões em fevereiro deste ano, informou nesta quinta-feira (4) o Banco Central.
De acordo com a instituição, os saques da poupança somaram R$ 245,656 bilhões no mês passado, enquanto os depósitos totalizaram R$ 239,824 bilhões.
A retirada de recursos da poupança aconteceu pelo segundo mês seguido, algo comum no começo de cada ano. O volume foi menor que o de janeiro, quando R$ 18 bilhões deixaram a modalidade de investimentos – a maior retirada da história.
Considerando a série histórica dos meses de fevereiro, o Banco Central registrou a maior saída líquida de valores da caderneta de poupança em cinco anos. Em 2016, o saldo de resgate foi maior, de R$ 6,638 bilhões.
A retirada de recursos da poupança coincide com os maiores gastos no início de cada ano, como material escolar. Há ainda o pagamento de impostos como o IPVA e o IPTU, em alguns municípios, e parcelas remanescentes das compras de Natal.
Além disso, o auxílio emergencial do novo coronavírus deixou de ser pago em dezembro do ano passado. A interrupção do programa cessou o fluxo de recursos que vinha abastecendo a caderneta de poupança nos meses anteriores.
Nesta quinta, o Senado Federal aprovou em segundo turno a PEC Emergencial, que viabiliza a retomada do auxílio emergencial com controle de outros gastos. O texto ainda precisa passar pela Câmara dos Deputados para entrar em vigor.
Em uma transmissão pela internet na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro disse que o auxílio emergencial deverá ser retomado ainda no mês de março, com duração de quatro meses.
Números oficiais mostram que a poupança atraiu um volume recorde de recursos em 2020, quando o auxílio emergencial foi pago em nove parcelas, entre abril e dezembro de 2020. As cinco primeiras parcelas foram de R$ 600, entre abril e agosto de 2020, e as quatro últimas de R$ 300.
Volume total de recursos
Com a saída de recursos da poupança no mês passado, o estoque dos valores depositados – ou seja, o volume total aplicado nessa modalidade – registrou queda.
Em dezembro do ano passado, o saldo da poupança estava em R$ 1,035 trilhão, passando para R$ 1,019 trilhão em janeiro deste ano e para R$ 1,014 trilhão em fevereiro.
Além dos depósitos e dos saques, os rendimentos creditados nas contas dos poupadores também são contabilizados no estoque da poupança. Em fevereiro deste ano, os rendimentos somaram R$ 1,540 bilhão.
Rendimento da poupança
Com o juro básico da economia na mínima histórica de 2% ao ano, a caderneta de poupança continua rendendo pouco, assim como outros investimentos em renda fixa – fundos de investimentos e CDB's, por exemplo.
Pela norma em vigor, há corte no rendimento da poupança sempre que a taxa Selic estiver abaixo de 8,5% ao ano. Nessa situação, a correção anual das cadernetas fica limitada a 70% da Selic + Taxa Referencial, calculada pelo BC.
Com a taxa Selic nos 2% anuais, a remuneração da poupança está hoje em 1,4% ao ano, mais Taxa Referencial. Em 2020, a poupança perdeu para a inflação e registrou a pior rentabilidade em 18 anos.
Entre as opções para os investidores, está o Tesouro Direto, programa que permite a pessoas físicas comprar títulos públicos pela internet, via banco ou corretora, sem necessidade de aplicar em um fundo de investimentos.
Uma alternativa para os investidores conseguirem uma remuneração mais alta é a renda variável, ou seja, a bolsa de valores. Nesse caso, porém, o risco assumido é maior, pois pode haver perda de recursos. Ouro, prata e outras moedas também têm atraído a atenção de investidores.
Fonte: G1
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