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terça-feira, março 16, 2021

Polícia de SP procura homem que ameaça Lula em vídeo; ele também é investigado por incitação ao crime, calúnia, porte ilegal e disparo de arma

A Polícia Civil de São Paulo procura o homem que aparece num vídeo ameaçando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, com uma arma. As imagens começaram a circular no sábado (13) por meio das redes sociais.


Lula foi ameaçado por homem que gravou vídeo com arma; Polícia Civil de SP investiga o caso e tenta localizar o autor do crime contra o ex-presidente — Foto: Amanda Perobelli/Reuters e Reprodução/Redes sociais


Até a última atualização desta reportagem, policiais ainda tentavam identificar e localizar o homem. Ele aparece na filmagem atirando contra alvos e depois xinga e ameaça Lula, dizendo “você vai ter probrema [sic], hein, cara”, enquanto aponta a mão para a arma.


Na gravação, o homem acusa Lula de supostamente desviar R$ 84 bilhões do fundo de pensão dos trabalhadores e pede a devolução do dinheiro. Além disso, o homem fala que não deixará o ex-presidente transformar o Brasil “numa Venezuela”.


O caso é investigado pelo Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) como ameaça, incitação ao crime, calúnia, porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e disparo de arma de fogo.


Tanto Lula quanto o PT procuraram o Ministério Público (MP) no domingo (14) para denunciar o caso e pedir providências das autoridades contra o autor, que, segundo, petistas, ameaça matar o ex-presidente no vídeo.


Ao tomar conhecimento das ameaças, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), determinou que a polícia instaurasse um inquérito para identificar o homem e apurar os crimes cometidos por ele contra Lula.


A deputada federal Gleisi Hoffmann, presidente do Partido dos Trabalhadores, usou seu Twitter para agradecer as respostas de Doria e do procurador-geral de Justiça, Mario Luiz Sarrubbo, coordenador do MP em São Paulo.


“A máquina bolsonarista do ódio tem de ser contida”, escreveu Gleisi na sua rede social sobre a ameaça feita a Lula.

Documentos enviados pelo ex-presidente e pelo PT para o MP identificaram o homem que fez as ameaças no vídeo como sendo um empresário do município de Artur Nogueira, interior paulista. O nome dele também foi encaminhado ao Ministério Público por meio de uma queixa-crime contra o suposto autor.


No vídeo, ele aparece com uma camiseta azul com o nome do Brasil e a bandeira do país enrolada na cintura. O homem usa óculos escuros, abafadores de som nos ouvidos, luvas e segura uma arma.


"Pessoal, Lula, seu filho da puta, quero dar um recado pra você, tá. Hoje é sábado, dia 13 de março, presta atenção no recado que eu quero dar pra você, seu vagabundo. Se você não devolver os R$ 84 bilhões que você roubou do fundo de pensão dos trabalhador [sic], você vai ter probrema [sic], hein, cara, você vai ter probrema [sic]. Outro recado, não tenta transformar o meu país numa Venezuela, eu vou derramar meu sangue, mas eu vou lutar pelo meu país. Não tenta, viu, tá entendendo o recado? Eu tô sendo claro com você? A minha parte eu vou fazer. Não admitirei você transformar o meu país numa Venezuela. Você vai ter probrema [sic], hein, cara. Valeu?!", diz o homem na gravação.


Para petistas, ele é possivelmente um apoiador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). No domingo (15), dia seguinte à gravação, bolsonaristas protestaram em algumas cidades de São Paulo pedindo a prisão de Lula e o fim das medidas restritivas de Doria para controlar a pandemia de coronavírus.


Na representação feita por Lula, seus advogados pedem que o Ministério Público denuncie o homem pelos crimes cometidos e solicite a prisão preventiva dele à Justiça.


Procurada para comentar o assunto, a assessoria de imprensa do MP informou que "a Procuradoria-Geral de Justiça do MPSP recebeu a representação e encaminhou para o DHPP para a instauração de investigação."


Por meio de nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que "a Polícia Civil do Estado de São Paulo instaurou inquérito policial para apurar os fatos. O trabalho investigativo requer sigilo nas informações”.


Fonte: G1

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