A insistência do ainda ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em dizer que seu substituto, o médico Marcelo Queiroga, reza na mesma cartilha e que vai representar uma continuidade da atual política de combate ao coronavírus está "atrapalhando" e "constrangendo" o futuro titular da pasta, gerando incômodo dentro do próprio governo Bolsonaro.
Segundo assessores presidenciais, o novo ministro parece que está sendo "vigiado" e "controlado" pelo antecessor, que ainda segue como dono do cargo até a posse do substituto.
Com isso, estaria tirando a liberdade para que Marcelo Queiroga possa delinear seu plano de trabalho, que precisa ser colocado em prática com urgência.
No Congresso Nacional, aliados de Bolsonaro têm uma avaliação ainda mais crítica. Para eles, Marcelo Queiroga parece que está chegando com o "freio de mão puxado", em um momento que demanda rapidez no enfrentamento da crise do coronavírus, que só piora a cada dia.
Para eles, Pazuello deixou a desejar durante sua gestão e prejudica a largada do sucessor.
Dentro do Palácio do Planalto, por sinal, a equipe presidencial cita a pesquisa Datafolha, segundo a qual 54% reprovam a atuação do governo Bolsonaro no combate ao coronavírus, como um sinal de que não basta trocar o ministro da Saúde — é preciso mudar a política na área e com rapidez.
Até agora, a estratégia do governo era transferir a responsabilidade pela gestão da crise para governadores e prefeitos.
Mas o levantamento do Datafolha mostrou ainda que 43% apontam o presidente Bolsonaro como o principal responsável pelo agravamento da crise, enquanto 17% citam governadores e 9% os prefeitos.
Ou seja, a estratégia, que vinha dando resultado no ano passado, deixou de funcionar. O que demanda, segundo auxiliares de Bolsonaro, uma mudança rápida do cenário negativo na gestão da pandemia do coronavírus.
Fonte: G1
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