O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou nesta quinta-feira (25) que a atuação do Ministério das Relações Exteriores, comandado por Ernesto Araújo, está "muito aquém do desejado".
Pacheco deu a declaração ao comentar, em entrevista coletiva, o episódio em que um assessor especial do presidente Jair Bolsonaro fez um gesto com a mão, visto pelo Museu do Holocausto como "símbolo de ódio" utilizado por "supremacistas brancos". O assessor nega e diz que estava somente ajeitando a lapela do paletó. A polícia legislativa apura o caso.
Na ocasião em que aconteceu o episódio, os senadores ouviam o ministro Ernesto Araújo sobre ações de enfrentamento da pandemia.
"Senado não é lugar de brincadeira. Senado é lugar de trabalho. Ali, nós estávamos trabalhando, buscando soluções, informações de um ministério que está muito aquém do desejado para o Brasil", declarou Pacheco nesta quinta-feira.
O presidente do Senado avaliou, na mesma entrevista, que houve "muitos erros" no enfrentamento da pandemia, além do "não estabelecimento de uma relação diplomática, de produtividade, com diversos países que poderiam ser colaboradores nesse momento agudo de crise".
"Eu considero que nós tivemos muitos erros no enfrentamento da pandemia, um deles foi o não estabelecimento de uma relação diplomática, de produtividade, com diversos países que poderiam ser colaboradores nesse momento agudo de crise que temos no Brasil. Ainda está em tempo de mudar para salvar vidas", acrescentou.
O senador não disse se é favorável à saída de Araújo do Itamaraty, afirmou que a decisão caberá ao presidente Jair Bolsonaro.
Durante a audiência na quarta-feira, o ministro disse aos parlamentares que dorme "com a consciência tranquila" e que "é preciso reconhecer as qualidades" do governo.
De acordo com a colunista do G1 e da GloboNews Andreia Sadi, Araújo não conta com apoio do governo, somente da ala ideológica, e interlocutores de Bolsonaro buscam alternativas de nomes para substituir o chanceler.
'Frustração'
O presidente do Senado citou a "frustração" manifestada pela "grande maioria" dos senadores, na sessão de debates, em relação ao trabalho do Itamaraty.
"O que se tem que mudar é a política externa do Brasil. As relações internacionais precisam ser mais presentes, num ambiente de maior diplomacia. Isso é algo que está evidenciado a todos, não só no Congresso Nacional mas a todos os brasileiros que enxergam essa necessidade de o Brasil ter uma representatividade externa melhor do que tem hoje", disse Pacheco.
"Infelizmente, nós perdemos muitas vidas no Brasil, em razão de uma conjuntura que é muito variada, que não é uma responsabilidade única de alguém ou de um ministério. É um problema nacional que temos que enfrentar. E o que temos que fazer agora é mudar o rumo dessa política externa para poder termos parcerias internacionais", continuou.
Fonte: G1
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