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terça-feira, março 30, 2021

OMS diz que China ocultou dados de equipe que investigou origens da covid-19

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou nesta terça-feira (30) que a China ocultou dados dos pesquisadores de uma missão internacional que foi ao país para investigar as origens do Sars-CoV-2, o vírus que causa a Covid-19.


Tedros Adhanom — Foto: JN


Em declarações aos países-membros da OMS, Tedros afirmou que a China se recusou a fornecer dados brutos sobre os primeiros casos de covid-19 para a equipe liderada pelo órgão, o que pode ter complicado os esforços para entender como e quando a pandemia começou.


“Em minhas discussões com a equipe, eles expressaram as dificuldades que encontraram para acessar os dados brutos”, disse Tedros. “Espero que futuros estudos colaborativos incluam um compartilhamento de dados mais oportuno e abrangente.”


A OMS divulgou oficialmente nesta terça o relatório completo com as conclusões da missão, que já havia sido vazado à imprensa ontem. A hipótese mais provável é que o vírus tenha surgido em morcegos e foi transmitido aos humanos por um animal intermediário. No entanto, a entidade afirmou, hoje, que outras teorias não podem ser descartadas e pediu estudos mais aprofundados.


“No que diz respeito à OMS, todas as hipóteses permanecem sobre a mesa. Este relatório é um começo muito importante, mas não é o fim. Ainda não encontramos a fonte do vírus”, afirmou Tedros.



“Não acredito que esta avaliação tenha sido extensa o suficiente. Mais dados e estudos são necessários para chegar a conclusões mais robustas.”


Os integrantes da equipe da OMS já haviam reclamado, publicamente, da postura das autoridades chinesas em relação ao acesso aos dados completos sobre os primeiros casos de Covid-19. A informação era considerada crítica para descobrir quando o vírus começou a se espalhar pelo país.


Pressão

Em uma entrevista coletiva para comentar o relatório, o líder da equipe da OMS que foi à China, Peter Ben Embarek, afirmou que é possível que o Sars-Cov-2 já estivesse circulando em Wuhan em outubro e em novembro de 2019, o que poderia ter provocado a disseminação da doença no exterior antes do que se imagina. Ele também considerou como “improvável” a teoria de que o vírus escapou de um laboratório da cidade.


Questionado sobre as questões políticas que envolveram a missão, Ben Embarek afirmou que ele e a equipe se sentiram pressionados, inclusive fora da China, mas destacou que nunca recebeu um pedido para retirar informações do relatório final publicado nesta terça.

Fonte: Valor

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