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quinta-feira, março 18, 2021

Fortuna de Trump despenca quase R$ 4 bi durante presidência

O patrimônio líquido do ex-presidente Donald Trump caiu em cerca de US$ 700 milhões (quase R$ 3,9 bilhões), atingindo um total estimado de US$ 2,3 bilhões (cerca de R$ 12,8 bilhões) durante seu tempo como presidente dos Estados Unidos, de acordo com o Índice de Bilionários da Bloomberg.


Donald Trump foi presidente dos EUA entre 2017 e 2021 — Foto: Getty Images/Via BBC


A pandemia de Covid-19 atingiu fortemente sua fortuna, com os prédios comerciais de Trump, hotéis e resorts da marca perdendo receita e valor de mercado.


Sua frota de aviões e campos de golfe também registraram recuos.


Um dos diversos empreendimentos que leva o sobrenome da família Trump — Foto: Getty Images/Via BBC


Hoje, Trump está sob uma investigação criminal sobre seus negócios financeiros e os de sua família.


A Bloomberg analisou documentos financeiros e outros arquivos de maio de 2016 e janeiro de 2021 para calcular a riqueza de Trump antes e depois de ele se tornar presidente.


Os imóveis comerciais de Trump representam cerca de três quartos de seu patrimônio líquido. As torres de escritórios que ele possui ou tem participação sofreram grandes quedas nas avaliações à medida que mais pessoas trabalham em casa, uma tendência que pode perdurar.


A Bloomberg, que combina informações jornalísticas com dados financeiros, estima uma queda de 26% no valor de suas principais propriedades comerciais. Trump também possui, administra ou licencia seu nome para cerca de uma dúzia de hotéis e resorts, além de 19 campos de golfe.


Embora o golfe tenha se tornado popular durante a pandemia como um esporte ao ar livre, os dois campos de Trump na Escócia têm perdido dinheiro de forma consistente, apontam os relatórios analisados pela Bloomberg.


Depois da invasão ao Congresso americano por apoiadores de Trump em janeiro, a Professional Golfers Association (PGA) da América encerrou um acordo para sediar o torneio do campeonato de 2022 no campo de golfe de Trump em Nova Jersey. A medida foi adotada para evitar prejuízos à marca da competição.


O Deutsche Bank, único banco disposto a emprestar dinheiro a ele depois de sua falência na década de 1990, também disse que, depois da invasão do Capitólio, não faria negócios com ele novamente.


Trump também possui uma frota de aviões que inclui um Boeing 757. Esses aviões têm décadas e perderam valor ao longo dos anos, de acordo com divulgações financeiras analisadas pela Bloomberg.


Sete aviões eram avaliados em quase US$ 59 milhões em 2015 (cerca de R$ 330 milhões em valores atuais), mas em 2020 o valor de cinco deles juntos caiu para US$ 6,5 milhões (quase R$ 36 milhões). O patrimônio de Trump nesse quesito também despencou porque ele vendeu parte de sua frota.



Segundo a revista americana Forbes, outra publicação especializada nesse tipo de levantamento, a fortuna de Trump pode ter sofrido um abalo de até US$ 1 bilhão (R$ 5,6 bilhões) em meio às restrições com a Covid-19.

Investigação financeira criminal

Durante sua presidência, Trump viu suas finanças estarem constantemente sob os holofotes, enquanto lutava na Justiça para manter suas declarações tributárias sob sigilo.


Mas no mês passado a Suprema Corte dos EUA ordenou que Trump entregasse suas declarações de impostos e outros registros financeiros a promotores em Nova York.


Os investigadores tentaram por meses e meses obter os valores de oito anos das declarações de impostos pessoais e corporativas de Trump.


A investigação foi iniciada em 2018 para examinar o papel da Organização Trump nos pagamentos secretos feitos durante a campanha presidencial de 2016 para duas mulheres que disseram ter tido casos com Trump.


Um possível respiro para as contas de Trump deve vir de negócios midiáticos potencialmente lucrativos, como um livro de memórias pós-presidencial.


Barack e Michelle Obama teriam recebido cerca de US$ 65 milhões (quase R$ 363 milhões) por suas memórias, enquanto Bill Clinton ganhou um adiantamento de US$ 15 milhões (R$ 84 milhões) por seu livro de 2004.

A Bloomberg diz que a maneira mais óbvia pela qual Trump pode lucrar após a presidência é com um canal de notícias ou plataforma de mídia social a fim de atrair parte de seus 74 milhões de eleitores na eleição de 2020, na qual foi derrotado pelo democrata Joe Biden.


Possíveis parcerias apontam para redes de televisão a cabo como a One American News Network (Oann) ou a Newsmax.


A Oann é a favorita do presidente e vice-versa, e Trump já foi descrito como "parte líder, parte musa" do canal em reportagem da revista americana The Atlantic.


Christopher Ruddy, CEO da Newsmax, um canal de TV conservador, foi apelidado de "confidente de Trump" pelo jornal americano "Washington Post".


Fonte: BBC

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