A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) enviou, nesta quinta-feira (18), ofício ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e ao Ministério da Saúde pedindo "providências imediatas" do governo federal para suprir as faltas de oxigênio e medicamentos para sedação de pacientes com Covid-19 intubados que estão sendo registradas em municípios de todo o País.
Informações das secretarias municipais de Saúde mostram que, em vários estados, os estoques públicos de medicamentos para intubação estão em níveis críticos e podem acabar nos próximos 20 dias.
Segundo o documento, a União pode tanto atuar na compra de medicamentos, como também tem a prerrogativa de determinar o redirecionamento de insumos e produtos para cidades que enfrentam o problema.
De acordo com a FNP, prefeitos e prefeitas pedem por uma atuação imediata do governo federal para evitar que "as cenas trágicas e cruéis recentemente presenciadas em Manaus/AM não se repitam em outras cidades brasileiras."
"Não é razoável que pessoas, cidadãos brasileiros, sejam levados à desesperadora morte por “afogamento” no seco, ou que sejam amarrados e mantenham a consciência durante o delicado e doloroso processo de intubação e depois na sua longa permanência", diz a nota.
A FNP reúne às 412 cidades com mais de 80 mil habitantes, o que abrange todas as capitais, e representa 61% da população brasileira. A entidade tem liderado a criação de um consórcio público para a compra de vacinas por municípios.
Amazonas envia cilindros de oxigênio para outros estados — Foto: Eliana Nascimento/G1 AM
Kit intubação
O chamado "kit intubação" tem, entre outros itens, remédios para anestesia, sedação e relaxamento muscular.
O Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde calcula que as reservas atuais durem só 20 dias e pede que o Ministério da Saúde garanta com a indústria a continuidade do fornecimento.
“Em todo o país nós estamos vivendo um momento extremamente crítico. O importante é que nesse momento de gravidade nós estejamos reunidos principalmente sob a regulação do Ministério da Saúde com a participação da indústria para nós estarmos regulando essa produção desses medicamentos; Ministério da Saúde e indústria para que não faltem nos hospitais de referência, principalmente nas unidades que estão no plano de contingência.”
Novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga já foi informado da situação. Segundo fontes ouvidas pelo Jornal Nacional, representantes dos laboratórios já disseram ao governo que não dão conta de atender a demanda em curto prazo e sugeriram que o ministério importe esses remédios.
O Ministério da Saúde informou em nota que a definição sobre a necessidade de compra de medicamentos do "kit intubação" ocorre em parceria com estados, municípios e com a Anvisa.
Fonte: G1
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