O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro apresentou duas ações penais: uma contra o ex-senador Romero Jucá e mais três pessoas; e uma segunda denúncia contra o ex-senador Edison Lobão, que foi ministro de Minas e Energia nos governos Lula e Dilma Roussef, e mais quatro pessoas.
Obra da usina de Angra 3 em 2014 — Foto: Divulgação
De acordo com o MPF, os grupos dos dois políticos receberam valores indevidos no contexto de retomada das obras civis da Usina Nuclear de Angra 3, na Costa Verde do Estado do Rio.
As intervenções estavam paralisadas há mais de vinte anos. Em propinas, os procuradores afirmam que o "grupo de Jucá" teria recebido ao menos R$ 1.332.750,00, e o de Edison Lobão chegou a receber R$ 9.296.390,00.
A assessoria do ex-senador Romero Jucá informou que ele ainda não foi notificado sobre a ação. O G1 tenta entrar em contato com as defesa do ex-senador Edison Lobão.
Edison Lobão — Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
As denúncias são resultados do desdobramento das Operações Radioatividade, Pripyat, Irmandade, Descontaminação, e das investigações dos crimes praticados no âmbito das obras de construção da usina nuclear.
Depois que foi revelado um esquema de corrupção envolvendo os diretores da Eletronuclear, o MPF afirma que a força tarefa da Lava Jato identificou outra parte da organização criminosa responsável por atos de corrupção, fraude a licitações e lavagem de dinheiro, na construção da usina.
Contrato de engenharia 'criminoso'
Ainda segundo o MPF, as investigações comprovaram existir um "esquema criminoso" envolvendo a execução do contrato de engenharia eletromecânico 01, em Angra 3. Isso teria permitido deflagrar a fase ostensiva da Operação Descontaminação, em março de 2019. A operação expôs como o esquema criminoso funcionava.
A investigação contou com depoimentos de executivos da Andrade Gutierrez, que delataram o pagamento de valores indevidos aos políticos do PMDB para que houvesse a retomada das obras em Angra 3.
O MPF abriu um inquérito, que foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas como os ex-senadores perderam a prerrogativa de foro especial, o caso foi remetido à primeira instância, no Rio de Janeiro.
Fonte: G1
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