Em entrevista a Pedro Bial que foi ao ar nesta quinta-feira (25) na TV Globo, a deputada federal Flordelis afirmou que a filha Simone foi a mandante da morte do pastor Anderson – assassinado a tiros em junho de 2019, na garagem da casa da família.
Anderson e Flordelis — Foto: Reprodução/TV Globo
Segundo Flordelis, Simone estava doente e era assediada por Anderson:
"Além de estar com câncer, sofrendo com câncer, ela carregava isso sozinha, em silêncio, esses assédios, esses estupros. Ela carregava sozinha, Bial. Não estou defendendo ela, porque não concordo com o que ela fez. Eu discordo 100%. Ela não podia ter feito isso, não é matando que resolvemos os problemas", disse.
A deputada é uma das 11 acusadas pelo crime – ela nega o envolvimento. Segundo o Ministério Público, ela foi a mandante do assassinato.
Simone é uma das filhas acusadas, ao lado de Flávio, Lucas, Marzy, Adriano, André e Carlos, além da neta Rayane. Todos foram presos, menos Flordelis, que tem imunidade parlamentar e está respondendo a processo no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, onde pode perder o mandato.
O repórter Felipe Freire, da TV Globo, apurou que os dois delegados que investigaram o caso na Delegacia de Homicídios de Niterói – Bárbara Lomba e Allan Duarte – foram chamados para ser ouvidos no Conselho de Ética.
Segundo apuração da TV Globo, esta quinta-feira era o último dia para a defesa fazer as alegações finais.
Simone não confessou o crime em juízo, mas disse que sabia do plano e que não aguentava mais os assédios. E que só aturava as investidas porque Anderson pagava seu tratamento do câncer.
No entanto, o advogado Ângelo Máximo, que representa a família do pastor Anderson – atua como acusação – protocolou um documento que, segundo ele, desmente essa versão. A acusação alega que Flordelis pregou na igreja que o tratamento foi pago pelo plano de saúde após uma medida judicial.
Resumo do caso
A investigação concluiu que o pastor Anderson do Carmo foi morto por questões financeiras e poder na família – o pastor controlava todo o dinheiro do Ministério Flordelis, hoje rebatizado Comunidade Evangélica Cidade do Fogo.
Flordelis é uma das 11 pessoas denunciadas pelo MPRJ.
Após o crime, Flordelis chegou a relatar em depoimento e à imprensa que o pastor teria sido morto em um assalto.
A deputada responde por cinco crimes: homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima), associação criminosa, falsidade ideológica, uso de documento falso e tentativa de homicídio (pelo envenenamento).
Onze pessoas foram denunciadas pela morte do pastor Anderson; 9 são da família do casal — Foto: Reprodução/TV Globo
Fonte: G1
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