Os últimos gestos e declarações do presidente Jair Bolsonaro fizeram aliados mandarem o seguido recado ao Palácio do Planalto: Bolsonaro parece que não entendeu que ele está virando seu principal inimigo ao se manter numa postura de conflito com governadores e defender medidas ineficazes no combate ao coronavírus.
De acordo com esses aliados, esse comportamento do presidente aumenta o isolamento dele e faz com que ele corra risco até de começar a perder apoio no Congresso.
Na avaliação de líderes partidários, Bolsonaro está criando um "campo fértil" para o fracasso de seu governo, já que o agravamento da pandemia, que ele teima em negar, vai aprofundar a crise econômica.
Isso está levando empresários que votaram no presidente a se afastarem dele. E inclusive entre seus aliados no Congresso já começa uma discussão sobre até quando o apoio ao governo deve ser mantido.
Nos últimos dias, Bolsonaro manteve o tom de ameaça contra governadores e voltou a falar que seu Exército irá defender o seu povo. Disse que, enquanto for presidente, só Deus o tira do Palácio do Planalto.
Ao comentarem essa declaração, aliados disseram que o presidente parece não compreender que ele mesmo é que pode determinar o fim de seu governo e que Bolsonaro está se transformando no seu principal inimigo.
Dentro do Congresso e no Judiciário, os últimos movimentos e declarações de Bolsonaro, que entrou no Supremo Tribunal Federal (STF) contra decretos de restrições de atividades de três governadores, são classificados de incoerentes com sua iniciativa de convidar chefes de outros Poderes para uma reunião a fim de discutir o enfrentamento do coronavírus na próxima quarta-feira (24).
Para ministros do STF e líderes partidários, de um lado o presidente chama para negociar com outras autoridades, de outro mantém a política de confronto. Isso gera uma dúvida entre os convidados sobre a real disposição de Bolsonaro com esse encontro no Palácio da Alvorada.
Segundo aliados, não dá para fazer um encontro apenas para uma fotografia. É preciso adotar medidas urgentes contra a Covid-19.
Fonte: G1
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