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quarta-feira, março 24, 2021

Autoridades defenderam 'graus de isolamento' em reunião com Bolsonaro, diz governador do Rio

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O governador em exercício do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC), afirmou nesta quarta-feira (24) que autoridades presentes na reunião entre chefes de poderes no Palácio da Alvorada, em Brasília, defenderam “graus de isolamento” social para combater a pandemia do coronavírus.


Castro foi um dos sete governadores presentes no encontro realizado pelo presidente Jair Bolsonaro, que também reuniu ministros do governo federal e os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux; da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL); e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).


Após a reunião, Bolsonaro anunciou a criação de um comitê junto com o Congresso Nacional para definir ações de combate à Covid-19, que matou quase 300 mil brasileiros desde março de 2020. Caberá a Pacheco levar as demandas dos governadores para análise do comitê.


Em entrevista depois do encontro, Castro relatou que a reunião tratou da criação de uma "coordenação nacional" no combate à pandemia, com questões técnicas sobre medicamentos e tratamentos padronizadas pelo Ministério da Saúde.


Questionado se as autoridades discutiram a necessidade de restrição da circulação de pessoas para reduzir o contágio e a ocupação de leitos de UTIs nos hospitais, já que Bolsonaro é crítico de qualquer medida que paralise atividades econômicas, Castro disse que a maioria defendeu “graus” de isolamento.



"Todos ali... Não vou usar a palavra 'todos'. A esmagadora maioria foi favorável a graus de isolamento", disse o governador.

Castro afirmou concordar com o isolamento mas, ao mesmo tempo, disse ser contra “fechar tudo”, a fim de evitar um “massacre nos empregos”.


“Eu acho que tem que fazer o isolamento, sim, mas que tem que fazer um isolamento negociado com as cadeias produtivas”, explicou.


O governador informou que nesta quarta publicará um decreto com medidas de restrição de circulação e de atividades em todo estado do Rio de Janeiro por 10 dias. Sem dar maiores detalhes, Castro disse que o decreto tem pontos para evitar que as pessoas deixem a cidade do Rio a caminho da região dos Lagos.


Compreensão e vacinas

Em pronunciamento ao lado de Bolsonaro após a reunião, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM) pediu compreensão para que sejam adotadas medidas de restrição diante do atual quadro da pandemia – com falta de leitos e medicamentos, média móvel de mortes acima de 2 mil óbitos por dia e vacinação a passos lentos.


“Pedir a todos que entendam que, em situação delicadas, em situações críticas como estamos vivendo, muitas vezes faz também necessário o isolamento social”, disse.


O governador afirmou que ações no “campo diplomático” vão tentar o envio de vacinas do Brasil de países que compraram mais doses do que o necessário para imunizar suas populações.


Governador de Rondônia, Marcos Rocha (sem partido), elogiou a tentativa de unir esforços entre governo federal e estados para combater a pandemia. “Esse alinhamento é importante para que recebamos as vacinas”, disse.


Ministério da Saúde como porta-voz

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou que os governadores pediram que o Ministério da Saúde, comandado agora pelo médico Marcelo Queiroga, seja o único "porta-voz" das ações contra pandemia, a fim de evitar confusões.


"Quando há vários emissores, acaba a comunicação mais confundindo do que orientando. Foi uma das sugestão dadas, esperamos que o Ministério da Saúde realmente seja o porta-voz das ações de combate à pandemia, que não haja mais emissores", disse.


Perguntado se Bolsonaro se comprometeu a parar de criticar o distanciamento social, Zema disse que "não há nenhum compromisso assumido por ninguém". O governador mineiro disse que foi solicitado um protocolo para medidas de isolamento "baseadas na ciência".


O governo do Amazonas, Wilson Lima (PSC), afirmou que as autoridades defenderam equilíbrio sobre o fechamento de atividades comerciais.


“Precisamos defender a vida, mas também entender que há necessidade de atividade econômica mínima em funcionamento”, afirmou.


Sobre a demora de um ano – período com quase 300 mil mortes – para o governo federal criar um comitê contra a Covid-19, Lima afirmou que sempre teve diálogo com o Ministério da Saúde, que auxilio Amazonas na crise da falta de oxigênio nos hospitais.


Fonte: G1

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