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segunda-feira, março 29, 2021

Atentado à bomba em igreja da Indonésia deixa ao menos vinte feridos

Ao menos 20 pessoas ficaram feridas neste domingo (28) em um atentado suicida contra a catedral de Makassar, leste da Indonésia, após a missa do Domingo de Ramos, um novo ataque contra uma igreja neste país de maioria muçulmana.


Policial e equipes de resgate carregam um saco do lado de fora da igreja onde ocorreu uma explosão em Makassar, Sulawesi do Sul, Indonésia, domingo, 28 de março de 2021. — Foto: Masyudi S. Firmansyah/AP Photo


O atentado à bomba foi executado por dois membros de um grupo extremista vinculado ao Estado Islâmico (EI), acusado de outros ataques contra igrejas, incluindo nas Filipinas em 2019.


Os dois criminosos morreram quando entraram com uma motocicleta no complexo da catedral do Sagrado Coração de Jesus, no sul das ilhas Sulawesi, informaram as autoridades.


O chefe da polícia nacional indonésia, Listyo Sigit Prabowo, afirmou que os dois agressores, um homem e uma mulher, eram integrantes do Jamaah Ansharut Daulah (JAD), grupo extremista que teria cometido outro atentado contra uma igreja em 2018, em Surabaya, segunda maior cidade da Indonésia.


Prabowo não divulgou nomes nem disse como os criminosos foram identificados, mas legistas fizeram exames de DNA com os restos mortais encontrados no local.


"Dois criminosos morreram, um homem e uma mulher", disse Prabowo. "Eram membros do grupo JAD que cometeu um atentado com bomba em Jolo, nas Filipinas", em 2019, acrescentou.


Este ataque contra uma igreja católica na ilha de Jolo, de maioria muçulmana, no qual morreram 21 pessoas, foi executado por um casal indonésio e reivindicado pelo EI.


O presidente indonésio, Joko Widodo, condenou o que chamou de "ato terrorista".

"O terrorismo é um crime contra a humanidade", afirmou o chefe de Estado. "Faço um apelo a todos para que lutem contra o terrorismo e o radicalismo, que são contrários aos valores religiosos", completou.


A forte explosão aconteceu na catedral do Sagrado Coração de Jesus, sede da arquidiocese de Makassar, cidade portuária de 1,5 milhão de habitantes e capital da província de Sulawesi do Sul.


No lado de fora do templo era possível observar pedaços de corpos mutilados pela explosão, que aconteceu às 10h30 locais (0h30 de Brasília), após a missa do Domingo de Ramos.


"A missa havia terminado e as pessoas estavam retornando para casa quando aconteceu a explosão", declarou ao canal Metro TV o padre Willem Tulak.


Uma testemunha citou uma explosão "muito forte". "Havia muitas pessoas feridas em plena rua. Eu ajudei uma mulher ferida e coberta de sangue. O neto dela também ficou ferido".


De acordo com a polícia, um agente das forças de segurança tentou impedir que a moto entrasse no complexo da catedral.


Perto da igreja, muitos veículos foram atingidos pelos destroços. A polícia isolou a área.


Celebração católica

O Domingo de Ramos marca a entrada de Jesus Cristo em Jerusalém, de acordo com a tradição cristã, e representa o início da Semana Santa.



No Vaticano, o papa Francisco afirmou que rezou por todas as vítimas da violência, "particularmente pelas do ataque desta manhã na Indonésia, diante da catedral de Makassar".

As igrejas cristãs são alvos de ataques dos extremistas na Indonésia, país de maioria muçulmana mais populoso do mundo.


Em maio de 2018, uma família de seis pessoas - incluindo duas meninas de 9 e 12 anos e dois adolescentes de 16 e 18 - detonaram bombas contra três igrejas de Surabaya, a segunda maior cidade do arquipélago.


No mesmo dia, uma segunda família detonou, aparentemente por acidente, uma bomba em um apartamento. No dia seguinte uma terceira família cometeu um ataque suicida contra uma delegacia.


Os atentados, que deixaram 15 vítimas fatais e 13 mortos entre os criminosos - incluindo cinco crianças - foram os mais violentos executados no arquipélago em uma década.


As três famílias radicalizadas estavam vinculadas ao movimento extremista JAD.


Mais de 200 pessoas morreram em 2002 em atentados na ilha de Bali atribuídos ao grupo islamita indonésio Jemaah Islamiyah (JI).


Fonte: France Presse

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