O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse na noite desta quarta-feira (3), em pronunciamento publicado em uma rede social, que o Brasil está um "grave momento da pandemia".
"Hoje é um difícil para todos os brasileiros", afirmou. Nesta quarta, o Brasil voltou a bater recorde de mortos por coronavírus: 1.840.
Pazuello não mencionou o número de mortes --falou ainda da necessidade de que "todos mantenham os cuidados preventivos individuais para diminuir o risco de ficar doente", sem citar a necessidade de uso de máscaras e de distanciamento social.
Ao comentar que as variantes do coronavírus atingem o Brasil "de forma agressiva", afirmou que o Ministério da Saúde busca solucionar a questão e que não são "máquina de fabricar soluções".
"A todos vocês, quero dizer que estamos trabalhando firmes para mudar esse quadro. Não somos uma máquina de fabricar soluções, mas somos seres humanos focados na resolução de problemas".
Pazuello comentou também sobre a tentativa de acordo com Pfizer e Janssen para ter 138 milhões de doses de vacinas a partir de maio. O Ministério da Saúde decidiu nesta quarta-feira (3) assinar contratos para compra de vacinas contra a Covid-19 dos dois laboratórios.
"Graças à aprovação pelo Congresso Nacional e a articulação do governo federal, será possível agora incorporar novas vacinas que antes possuíam impeditivos legais", afirmou.
Os contratos estão em fase de elaboração e devem ser assinados até o início da próxima semana, com determinação da quantidade de doses a serem entregues.
Em reunião nesta quarta com representantes da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, informou à entidade que a elaboração do contrato com a Pfizer está em andamento e que o ministério está em negociações com a Janssen.
O ministro Eduardo Pazuello (último à direita) e membros do Ministério da Saúde durante reunião por videoconferência com representantes da Pfizer — Foto: Divulgação
À tarde, o ministro Pazuello e membros da cúpula do Ministério da Saúde se reuniram por videoconferência com representantes da Pfizer (foto acima). A proposta apresentada pela Pfizer, com a qual o ministério concordou, prevê 8,715 milhões de doses até junho; 32 milhões até setembro; e 59,285 milhões até dezembro — no total, são 100 milhões de doses.
"Vamos fazer uma divulgação conjunta de um documento mostrando que estamos nessa fase da negociação. A proposta de cronograma que está sendo apresentada para nós é uma boa proposta, e a partir de agora a gente segue os trâmites de fazer esse contrato o mais rápido possível", disse o ministro Pazuello em vídeo divulgado após a reunião pela assessoria do ministério (veja abaixo).
Após o encontro com a Pfizer, Pazuello se reuniu com representantes da Janssen, empresa do grupo Johnson&Johnson (foto abaixo). A proposta da Janssen é de fornecimento de 38 milhões de doses no segundo semestre. Um dos pontos da negociação é a instalação de um parque de produção do laboratório no Brasil.
À noite, a Janssen divulgou comunicado no qual informou ter expectativa de concluir as negociações de um acordo com o Ministério da Saúde e fornecer vacinas para o Brasil.
"Após a assinatura do contrato para a aquisição de vacinas da Janssen pelo Ministério da Saúde e autorização regulatória, a empresa disponibilizará sua vacina de dose única na quantidade e nas condições que vierem a ser acordadas. Em paralelo, seguimos trabalhando nos demais processos regulatórios junto à Anvisa para viabilizar a utilização da vacina da Janssen no Brasil, em um modelo sem fins lucrativos durante a pandemia", diz o texto.
Horas antes, o Ministério da Saúde havia publicado no "Diário Oficial da União" aviso de dispensa de licitação para a compra das vacinas da Pfizer e da Janssen.
A vacina da Pfizer é a única que tem registro definitivo aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A da Janssen recebeu aprovação de autoridades sanitárias de outros países. Outras vacinas avaliadas pela Anvisa — como a CoronaVac e de Oxford, as duas que atualmente estão sendo aplicadas no Brasil — receberam somente a autorização para uso emergencial.
O governo vinha resistindo à compra de vacinas da Pfizer sob o argumento de que o laboratório impunha condições "draconianas". A principal queixa do Ministério da Saúde era a de que a Pfizer não se responsabiliza por eventuais efeitos colaterais da vacina.
A decisão pela compra das vacinas dos dois laboratórios foi tomada em razão da aprovação nesta terça (2) pela Câmara de projeto que facilita a compra de vacinas por União, estados, municípios e empresas.
Segundo o projeto aprovado, enquanto durar a emergência em saúde pública causada pela Covid-19, os três entes federativos estarão autorizados a comprar vacinas e a assumir riscos relacionados a eventuais efeitos adversos pós-vacinação desde que a Anvisa tenha concedido registro ou autorização temporária de uso emergencial das vacinas adquiridas.
Fonte: G1
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