A preocupação aumentou na Itália neste fim de semana por causa da propagação de novas variantes do coronavírus e das aglomerações de pessoas nas grandes cidades, estimuladas principalmente pelas temperaturas agradáveis da primavera.
"É evidente que estou preocupado. O aumento de contágios se deve em grande parte à variante inglesa", disse Massimo Galli, um dos mais importantes virologistas italianos, que trabalha no hospital Sacco de Milão (norte), em entrevista ao jornal romano "Il Messaggero".
"Para ser franco, todos os dados apontam um provável aumento de novos casos", acrescentou.
Apesar do apelo para "ficar em casa" feito na última sexta-feira (19) pelo Instituto Superior de Saúde (ISS), órgão responsável por assessorar o governo no combate à Covid-19, a multidão foi para as ruas, parques e orlas de várias cidades italianas para aproveitar o clima da primavera (outono no Brasil), particularmente ensolarado e temperado, que impera neste fim de semana na península.
Nápoles reagiu fechando parte de sua orla, tomada pelos moradores. Praias e bares de Ostia, um balneário perto de Roma, também foram invadidos por multidões.
No centro histórico romano, a Via del Corso, uma das principais avenidas comerciais, foi fechada. Cenas de multidões também se repetem ao longo do "Navigli", os canais do centro de Milão.
Neste domingo (21), ante o avanço das novas variantes, três regiões italianas que haviam sido classificadas em princípio como "amarelas" (risco moderado) passaram oficialmente para "laranja" (risco médio): Emiglia Romana (região de Bolonha, norte), Campânia (região de Nápoles) e a pequena zona de Molise (centro).
Nove de 20 regiões estão em alerta "laranja", e o restante, em "amarelo".
Passar para "laranja" implica, sobretudo, aplicar restrições drásticas aos deslocamentos para fora de cada município e fechar bares e restaurantes ao público. Nas regiões em "amarelo", estes estabelecimentos podem receber clientes até as 17h GMT (14h em Brasília).
Algumas regiões estabeleceram zonas "vermelhas" (de alto risco) em partes específicas de seu território, como Umbria (centro), Alto Adige (norte) e Lazio (região romana), que decidiu isolar os municípios de Colleferro e Carpineto Romano, situados às portas da capital, "por causa da alta incidência e presença da variante inglesa".
No sábado, a Itália registrou 14.931 novos casos e 251 mortes. Desde o início da pandemia, acumula 2,9 milhões de infecções e 95.486 óbitos.
Fonte: Frances Press
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!