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quarta-feira, fevereiro 24, 2021

PGR denuncia Arlindo Chinaglia e Eduardo Cunha por corrupção e lavagem de dinheiro



A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) e o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB-RJ), por suspeita de envolvimento em um esquema de pagamento de propina por parte da Odebrecht.


Outras 15 pessoas também foram alvo da acusação formal do Ministério Público, em desdobramento das investigações da Lava Jato.


Cunha e Chinaglia negam as acusações (leia mais abaixo).


Segundo as apurações, Chinaglia teria recebido R$ 8,740 milhões entre 2008 e 2014 do Grupo Odebrecht para reverter o resultado do leilão da hidrelétrica de Jirau, em Rondônia, do qual o consórcio formado pela empresa e pela construtora Andrade Gutierrez saiu derrotado.


Chinaglia teria inicialmente solicitado R$ 10 milhões em 2008 — a operação teria sido intermediada pelo então deputado Eduardo Cunha.


Conforme o relato dos colaboradores, Cunha teria influência sobre Furnas, que fazia parte do consórcio que venceu outro projeto na região, o da construção da hidrelétrica de Santo Antônio.


Por isso, teria recebido R$ 50 milhões para dividir entre parlamentares, no sentido de que eles ajudassem a reverter o resultado do leilão de Jirau.


Na divisão do valor, diz a denúncia, Cunha teria direito a R$ 20 milhões e Chinaglia a outros R$ 10 milhões. Outros dois parlamentares ficariam com R$ 10 milhões cada um - estes casos são investigados em outros inquéritos.


Em depoimento no curso do inquérito, Eduardo Cunha negou irregularidades. Nesta quarta (24), a defesa do ex-presidente da Câmara diz que as acusações contra ele são um "equívoco."


“É no mínimo absurdo, totalmente inverossímil, que se acuse Eduardo Cunha de solicitar vantagem em benefício de adversário político, contra quem inclusive disputou a eleição para a presidência da Câmara. A denúncia, baseada em delatores e planilhas oferecidas por estes, não narra absolutamente nada sobre o ex-deputado, tratando apenas de Arlindo Chinaglia – um de seus principais oponentes e em nome de quem jamais atuaria. As dúvidas serão devidamente esclarecidas no curso da investigação para correção deste lamentável equívoco”, disseram os advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso.


Em depoimento nas investigações, o deputado Arlindo Chinaglia negou ter recebido de representantes do Grupo Odebrecht qualquer tipo de solicitação para direcionar ou interferir nos projetos do Rio Madeira.


As investigações posteriormente apontaram que foram feitos 36 pagamentos pela Odebrecht a Chinaglia, que era chamado de "Grisalho" - o dinheiro chegava ao parlamentar por intermediários. O valor total chegou a R$ 8,740 milhões.


Chinaglia foi denunciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Já Eduardo Cunha foi acusado por corrupção passiva.


Esquema

A denúncia foi assinada no último dia 11 pela subprocuradora Lindôra Araújo, responsável pela Operação Lava Jato na PGR.


No documento, a subprocuradora afirmou que "para muito além do exaurimento nas entregas das vantagens indevidas, os pagamentos, que ocorreram via sofisticado esquema de contabilidade paralela, ocultaram a origem, propriedade, localização e movimentação de recursos de origem ilícita".


Segundo a PGR, os acusados fecharam um esquema sofisticado de lavagem de dinheiro, com o uso de terceiros para a obtenção dos recursos, para transporte e para recebimento, além de uso de codinomes e senha para compartilhamento para escamotear a origem ilícita do dinheiro.


“Diante do exposto, estão presentes indícios suficientes de autoria e de materialidade de que o deputado federal Arlindo Chinaglia Junior e os executivos da Odebrecht denunciados, ao ocultar e dissimular a origem e a natureza dos recursos indevidos recebidos, cometeram o delito de lavagem de dinheiro”.


Fonte: G1

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