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terça-feira, fevereiro 02, 2021

Após golpe militar, Mianmar fecha aeroporto internacional até maio

O governo militar que deu um golpe de Estado em Mianmar fechou o principal aeroporto internacional do país, o de Yangon, até maio.


Veículos do Exército de Mianmar trafegam por rua em Mandalay nesta terça-feira (2), um dia após o golpe militar no país — Foto: Reuters


O gerente do aeroporto de Yangon, Phone Myint, disse à agência de notícias Reuters nesta terça-feira (2) que o aeroporto ficará fechado até maio, sem dar uma data exata.


O jornal "Myanmar Times" afirmou que a permissão para pousar e decolar foi revogada para todos os voos, incluindo os de socorro, até as 23h59 do dia 31 de maio.


O Conselho de Segurança da ONU vai se reunir nesta quinta para debater o golpe militar no país asiático, que faz fronteira com China, Bangladesh, Laos e Tailândia no sudeste da Ásia.


Mianmar saiu há apenas dez anos de uma ditadura militar que governou o país durante quase meio século.


Mapa mostra localização de Mianmar e da capital, Naypyitaw — Foto: G1


Antes da reunião, a China, que tem direito a veto no Conselho de Segurança e foi uma das poucas potências mundiais a não condenar a tomada de poder, afirmou que o mundo deve contribuir para a estabilidade de Mianmar.


Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, disse que todas as ações da comunidade internacional devem contribuir para a estabilidade política e social de Mianmar, para evitar o aumento das tensões.


Ontem, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, havia pedido pressão internacional para que militares de Mianmar "renunciem imediatamente" após o golpe.


Golpe militar

Os militares derrubaram o governo eleito do país, tomaram o poder e prenderam a laureada com o prêmio Nobel da Paz em 1991, Aung San Suu Kyi, o presidente do país, Win Myint, e outros líderes civis nesta segunda-feira (2).


Os militares alegam "enormes irregularidades" nas eleições legislativas de novembro, vencidas por ampla maioria pelo partido de Aung San Suu Kyi, o NDL, e dizem que vão organizar uma votação "livre e justa" após o estado de emergência.


O Exército anunciou um estado de emergência por um ano e que o general Min Aung Hlaing, chefe das Forças Armadas, será o presidente em exercício. "Colocaremos em funcionamento uma autêntica democracia pluripartidária", afirmaram os militares em um comunicado.


Décadas de ditatura

O golpe ocorreu sem atos de violência e poucas horas antes da primeira sessão do Parlamento eleito em novembro. A votação foi a segunda eleição geral do país desde 2011, quando a junta militar que governava até então foi dissolvida.


Em 2015, a NDL também venceu por ampla maioria, mas se viu obrigada a compartilhar o poder com o Exército, que controlava três importantes ministérios (Interior, Defesa e Fronteiras).


Fonte: G1

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