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terça-feira, janeiro 12, 2021

Variante do coronavírus encontrada no AM chegou ao Japão com série de mutações inéditas



 Uma nova variante do coronavírus que causa a Covid-19 foi encontrada no Amazonas, segundo informações divulgadas pela Fiocruz Amazônia nesta terça-feira (12).


Trata-se da mesma variante que chegou ao Japão após viajantes passarem pelo estado. E, também de acordo com o pesquisador e vice-diretor da instituição, Dr. Felipe Naveca, apresenta uma série de mutações vistas pela primeira vez.


No domingo (10), o governo japonês anunciou que as autoridades de saúde do país encontraram a variante do vírus em quatro viajantes que estiveram no Amazonas e voltaram ao Japão em 2 de janeiro. O Amazonas é um dos estados que mais sofre com a Covid-19 no Brasil: até esta segunda (11), mais de 216 mil pessoas já foram infectadas.


Conforme nota técnica da Fiocruz Amazônia, amostras detectadas em japoneses que passaram pela região amazônica podem ter evoluído de uma linhagem viral que circula no Amazonas desde abril do ano passado, e "podem ser representantes de um vírus potencialmente de uma linhagem emergente no Brasil".


"A variante encontrada por pesquisadores japoneses a partir de pessoas que estiveram no Amazonas tem uma série de mutações que ainda não tinham sido encontradas. Algumas mutações dela envolvem mutações na proteína Spike, que faz a interação inicial com a célula humana, então isso chama muita atenção", explicou Naveca.


Ainda conforme a nota, as sequências vistas nas amostras dos japoneses acumularam um número incomum de alterações genéticas, além daquelas na proteína Spike, que se assemelham ao padrão observado em linhagens do Reino Unido e da África do Sul.


Segundo Naveca, essa nova variante carrega mutações que já foram associadas à maior transmissão, mas ainda não é possível afirmar se ela é mais transmissível ou não.


"Pelo que nós temos de dado, essas mutações aparecem entre novembro e final de dezembro do ano passado. A gente ainda não tem certeza de quando ela surgiu exatamente, nem se está circulando em grande quantidade", afirmou o pesquisador.


De acordo com Naveca, a evolução do vírus já um comportamento esperado pelos pesquisadores. Estudos continuam sendo realizados, com amostras de pessoas infectadas entre dezembro e janeiro, para identificar se essa variante circula em grande quantidade no Amazonas ou não.


Mesmo com as novas descobertas, as medidas para evitar o contágio da Covid-19 adotadas no mundo todo desde o começo da pandemia continuam válidas e necessárias.


"Um recado importante é dizer que o vírus mutante, ou o vírus original, eles não atravessam a máscara, eles não resistem a lavagem das mãos com sabão ou álcool em gel, e a transmissão também é evitada com distanciamento social", reforçou.


AM vive novo surto de Covid

O Amazonas enfrenta um novo surto da Covid, e voltou a sofrer com hospitais e cemitérios lotados por conta da doença. Neste mês de janeiro, Manaus registrou tristes recordes em relação à Covid-19.


Na segunda, foram registrados 150 enterros, segundo a Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp), o maior para um único dia desde o início da pandemia. Dos 11 primeiros dias de janeiro, 6 deles registraram recordes de novas internações jamais vistas no estado. Até então, o recorde de novas internações havia sido registrado em 4 de maio, com 168 novos hospitalizados.


Mesmo com ampliação de mais de 130% na oferta de leitos, em comparação com o período da primeira onda, o governador Wilson Lima disse, na sexta-feira (8), que sistema de saúde está muito próximo do limite de sua capacidade. Nesta segunda, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que estuda priorizar vacinação em Manaus para "reduzir contaminação".


Nos cemitérios, o aumento de mortes voltou a gerar filas de carros funerários na porta. A Prefeitura de Manaus descartou voltar com as valas coletivas, e disse que deve construir mais covas verticais, além de instalar contêineres frigoríficos, para comportar a quantidade de caixões.


Fonte: G1

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