Seis a cada dez pessoas que foram infectadas pelo coronavírus e precisaram de internação em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) morreram no Brasil, de acordo com estudo publicado nesta sexta-feira (15) na "The Lancet Respiratory Medicine".
Trabalho de equipes médicas em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para atendimento de pacientes com Covid-19 no Hospital de Campanha do Complexo Della Antônio, na cidade de Santo André, na Grande São Paulo. — Foto: Mister Shadow/ASI/Estadão Conteúdo
A pesquisa levou em consideração informações de mais de 254.288 pacientes que testaram positivo para a Covid-19 no país em testes RT-PCR, tipo que detecta a presença do material genético do vírus.
Os pacientes incluídos na pesquisa tiveram a doença entre 16 de fevereiro e 15 de agosto de 2020, com registro no Sivep-Gripe, um dos sistemas do Ministério da Saúde onde cada unidade de saúde dos municípios inclui os casos graves e mortes devido à doença.
A idade média dos pacientes foi de 60 anos, sendo que 14.979 pessoas não apresentaram nenhuma comorbidade (16% do grupo). Mais de 90% dos infectados presentes no estudo apresentaram um desfecho para a doença - morte ou alta hospitalar - antes da finalização da pesquisa.
Dados gerais de mortalidade:
87.515 pacientes de 232.036 morreram devido à doença: taxa geral de 38%
Entre os que precisaram ir para a UTI, a taxa de mortalidade é de 59% (seis a cada dez) - 47.002 de 79.687; veja abaixo no gráfico a taxa por região do Brasil
A mortalidade é ainda maior entre os pacientes que precisaram de ventilação mecânica: 80% (36.046 de 45.205)
No Nordeste, 31% dos pacientes precisaram de ventilação mecânica, em comparação com 23% do Sul
A mortalidade hospitalar de pessoas com menos de 60 anos no Nordeste foi de 31%; no Sul, foi de 15%
A pesquisa é assinada por sete especialistas, entre eles o epidemiologista Otavio Ranzani, e foi financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e pelo Instituto de Salud Carlos III.
Fonte: G1
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