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quarta-feira, janeiro 27, 2021

Procuradoria francesa pede julgamento para Air France e Airbus por acidente do voo 447, diz imprensa

A Procuradoria-Geral da França apresentou acusação por homicídio culposo contra a companhia aérea Air France e a fabricante Airbus pelo acidente em junho de 2009 com o voo 447, que fazia a rota Rio-Paris. A queda do avião, um A330, deixou 228 mortos.


Memorial para vítimas do voo Air France 447 no Rio de Janeiro, em foto de junho de 2011 — Foto: AFP PHOTO / AIR FRANCE / Marcos Pint


A informação, atribuída a fontes do judiciário francês, foi divulgada nesta quarta-feira (27) por jornais locais e pelas agências France Presse e Reuters. Com o pedido, a Corte de Apelações de Paris — uma instância intermediária da Justiça francesa — decidirá em 4 de março se envia ou não a Air France e a Airbus aos tribunais.


Segundo os especialistas, o elemento que desencadeou o acidente foi o congelamento dos sensores externos da aeronave — os tubos de pitot — que levaram ao fornecimento de dados errados de velocidade. O defeito desorientou os pilotos durante a travessia noturna do Atlântico, e o avião, um Airbus A330, caiu.  Saiba AQUI sobre o relatório final do acidente.


Motor do Airbus do voo 447 é retirado do mar — Foto: Divulgação/BEA


O pedido dos procuradores da França amplia para a Airbus uma requisição já apresentada pela Promotoria de Paris, que acusava a Air France de cometer "negligência" ao não fornecer aos seus pilotos informação suficiente sobre como reagir em caso de anomalias nos sensores que controlam a velocidade dos aviões. Os investigadores citaram outros incidentes deste tipo nos meses anteriores à tragédia.


Disputa judicial

As duas empresas tinham sido acusadas em 2011 por homicídios culposos na queda do avião, mas, após quase uma década, os juízes que investigavam as causas do incidente rejeitaram as acusações contra as duas empresas.


Nessa primeira leitura, há quase dez anos, os magistrados alegaram que as investigações "não levaram à identificação de uma falha defeituosa por parte da Airbus, ou da Air France". Do outro lado, grupos de apoio às vítimas reclamaram contra essa decisão, que chamaram de "absurda e corporativista".


Fonte: France Presse

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