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domingo, janeiro 10, 2021

Ministério da Saúde diz que comprará toda a produção de vacinas do Butantan contra Covid

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O Ministério da Saúde informou neste sábado (9) que toda a produção de vacinas contra a Covid-19 produzidas pelo Instituto Butantan, de São Paulo, será comprada com exclusividade pelo governo federal.


De acordo com o ministério, as doses serão incorporadas ao Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra Covid-19.


Na quinta-feira (7), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciou que a pasta compraria 100 milhões de doses da vacina CoronaVac, desenvolvida em parceria pelo Butantan e pelo laboratório chinês Sinovac. O contrato prevê a entrega de 46 milhões de doses até abril e a opção de compra de mais 54 milhões de doses.


Segundo o ministério, em reunião nesta sexta-feira (8), "representantes do Ministério da Saúde e do Instituto Butantan acertaram que a totalidade das vacinas produzidas pelo laboratório paulista serão adquiridas pelo Governo Federal".


A pasta afirmou também que os "brasileiros de todo o país receberão a vacina simultaneamente, dentro da logística integrada e tripartite, feita pelo Ministério da Saúde e as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde".


Nos próximos dias, de acordo com o ministério, haverá uma reunião entre o ministro Pazuello e representantes dos secretários estaduais e municipais de saúde para detalhamento da logística de distribuição e do calendário da campanha de vacinação.


A pasta informou que participaram do encontro da sexta (8), em São Paulo, os assessores especiais do Ministério da Saúde, Zoser Hardmann e Aírton Cascavel; a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Francieli Fantinato; o superintendente de São Paulo do Ministério da Saúde, José Carlos Paludeto; além do presidente e da diretora do Instituto Butantan, Dimas Covas e Cíntia Retz, respectivamente. O coordenador do Fórum Nacional de Governadores, Wellington Dias (Piauí) também participou do encontro por videoconferência.


Na nota, o Ministério da Saúde afirmou que as doses da vacina serão distribuídas aos estados em quantidade proporcional à população de cada um e que os estados farão a distribuição do imunizante para os municípios.


A pasta afirmou ainda que a campanha de vacinação deve começar "tão logo os imunizantes recebam autorização da Anvisa — para uso emergencial ou o registro definitivo", de forma gratuita e universal.


São Paulo

Em São Paulo, o governador João Doria (PSDB) anunciou o início da vacinação no estado no próximo dia 25.


O coordenador-executivo do Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo, João Gabbardo, afirmou que, se o governo federal iniciar a vacinação antes dessa data, o programa estadual de São Paulo será antecipado e seguirá o cronograma nacional.


"Agora, se a resposta do governo for para começar após 25 de janeiro, nós não vamos seguir essa orientação. O estado de São Paulo vai iniciar a vacinação no dia 25", declarou Gabbardo.


Uso emergencial

Na sexta (8), o Instituto Butantan e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que produzirá a chamada vacina de Oxford no Brasil, entraram com pedido de uso emergencial na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O resultado do pedido deve ser divulgado no prazo máximo de dez dias.


De acordo com o Butantan, o pedido de uso emergencial foi para as 6 milhões de doses que chegaram prontas da China. Segundo o instituto, um novo pedido será enviado para as doses envasadas no instituto em São Paulo. A solicitação foi feita durante uma reunião virtual, por causa da pandemia, segundo o Instituto Butantan. A Anvisa diz que já iniciou a triagem da documentação entregue.


A Fiocruz, por sua vez, entregou pedido de uso emergencial para 2 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca e pela Universidade de Oxford, que devem ser importadas do laboratório Serum, sediado na Índia.


Bolsonaro já rejeitou CoronaVac

A CoronaVac esteve no centro de uma disputa política entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Dória (PSDB).


Em outubro, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o governo federal não iria comprar a CoronaVac e que tinha mandado cancelar um protocolo de intenções firmado entre o ministério e o Butantan.


"O presidente sou eu, não abro mão da minha autoridade. Até porque estaria comprando uma vacina que ninguém está interessado por ela, a não ser nós", declarou na ocasião.


Um dia depois, Bolsonaro visitou Pazuello, e o ministro afirmou durante transmissão ao vivo em uma rede social do presidente: "Senhores, é simples assim: um manda e o outro obedece. Mas a gente tem um carinho, entendeu?".


Importação da Índia

Nesta sexta (8), o presidente Jair Bolsonaro enviou carta ao primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, pedindo a antecipação "com a possível urgência" do envio para o Brasil das 2 milhões de doses de vacina contra a Covid-19 encomenada pela Fiocruz.


Bolsonaro escreveu que o objetivo do pedido é permitir a "imediata implementação" do programa brasileiro de imunização. Em nota, a Presidência informou que a carta foi enviada "com o intuito de ampliar e agilizar a disponibilização de vacinas confiáveis e eficazes ao Brasil".


"Para possibilitar a imediata implementação do nosso Programa Nacional de Imunização, muito apreciaria poder contar com os bons ofícios de Vossa Excelência para antecipar o fornecimento ao Brasil, com a possível urgência e sem prejudicar o programa indiano de vacinações, de 2 milhões de doses do imunizante produzido pelo Serum Institute of India", diz o texto da carta.


Fonte: G1

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