A Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) já havia detectado a falta de oxigênio em Manaus antes do colapso. A informação consta em relatórios produzidos entre os dias 8 e 11 de janeiro, que apontam que o Ministério da Saúde já sabia sobre a gravidade da crise do sistema de saúde pública em Manaus no período.
Manaus enfrenta um colapso no sistema de saúde com hospitais lotados após recorde de internações por Covid. As unidades de saúde não têm oxigênio suficiente para todos os pacientes, o que fez o governo a enviar, até esta terça (19), mais de 100 pacientes para outros estados.
Elaborados por agentes do Ministério da Saúde e pelo ministro Eduardo Pazuello, os relatórios apontaram sobre uma dificuldade que Manaus tem devido a uma pressurização do gás de produzir oxigênio.
Os documentos também mostram uma mudança da pauta da discussão de um dia para falar sobre a falta do oxigênio na cidade, já no dia 8 de janeiro.
"Foi mudado o foco da reunião, pois foi relatado um colapso dos hospitais e a falta da rede de oxigênio", diz trecho do relatório.
Em outro trecho, os relatórios ainda descrevem um problema em dar o atendimento correto aos pacientes por falta de equipamentos de saúde. "Estão preferindo não medir a saturação dos pacientes na sala rosa 1, pois, ao medir, vários pacientes precisarão de oxigênio e não terão como suprir a demanda", aponta.
Já no dia 11 de janeiro, quando o ministro Eduardo Pazuello estava em Manaus, os relatórios já apontam o colapso no sistema de saúde da cidade.
"Rede colapsada no município: rh ativo em exaustão nos hospitais, as alas clínicas com superlotação, fornecimento do oxigênio em reserva em todos os hospitais da rede", informa relatório.
Ainda segundo os relatórios feitos pela Força Nacional do SUS, médicos tiveram que escolher quais pacientes teriam atendimento adequado e quais receberiam atendimento paliativo.
Um relatório de uma diretora de um hospital também é citado no relatório, em que ela fala em ter perdido credibilidade com a equipe do hospital, por não conseguir dar os suprimentos necessários para o hospital e 40 pacientes terem morrido em um dia.
O documento também fala sobre problemas na compra de equipamentos como oxímetro e uma dificuldade em contratar médicos em Manaus. Nesta terça-feira (19), o Ministério da saúde publicou um portaria que autoriza a contratação emergencial e temporária de 72 médicos para atuar em Manaus, em função da pandemia de Covid-19.
Fonte: G1
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