A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) enviou, nesta terça-feira (19), um ofício ao Ministério Público Federal (MPF) informando que a entrega da vacina de Oxford contra a Covid-19 vai atrasar de fevereiro para março.
Segundo o órgão, o motivo para o atraso na produção da vacina no Brasil é por não ter recebido um dos insumos para a fabricação da vacina Oxford/AstraZeneca.
O composto que falta para o início da produção é o ingrediente farmacêutico ativo (IFA), de responsabilidade da AstraZeneca. O insumo vem da China e ainda não tem data para chegar.
De acordo com a Fiocruz, o recebimento do ingrediente estava previsto para janeiro.
A expectativa é entregar 100 milhões de doses até julho e mais 110 milhões até o fim do ano.
Veja a nota da Fiocruz informando sobre o atraso:
"Embora ainda dentro do prazo contratual em janeiro, a não confirmação até a presente data de envio do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) poderá ter impacto sobre o cronograma de produção inicialmente previsto de liberação dos primeiros lotes entre 8 e 12 de fevereiro. O cronograma de produção será detalhado assim que a data de chegada do insumo estiver confirmada. Ainda que sejam necessários ajustes no início do cronograma de produção inicialmente pactuado, a Fiocruz segue com o compromisso de entregar 50 milhões de doses até abril deste ano, 100,4 milhões até julho e mais 110 milhões ao longo do segundo semestre, totalizando 210,4 milhões de vacinas em 2021".
Passo a passo da produção da vacina na Fiocruz:
Com a matéria-prima em mãos, é iniciado, então, o processamento propriamente dito da vacina. O primeiro passo é realizar a formulação, quando são adicionados ao concentrado vacinal os componentes que vão estabilizar a vacina e diluir a concentração do vírus.
Em seguida, no envase, o imunizante é transportado dos grandes tanques de aço inox para pequenos frascos de vidro, os mesmos que posteriormente seguirão para os postos de saúde.
Já com o imunizante, esses frascos são fechados com uma rolha de borracha e seguem para a recravação, onde recebem um lacre de alumínio.
A última etapa consiste na rotulagem e embalagem, em que os frascos recebem os rótulos com a identificação da vacina, número de lote, data de fabricação e validade, além de outras informações importantes, e são acomodados em caixas chamadas de cartuchos que garantem a proteção das embalagens durante a distribuição. Nesse momento algumas amostras são separadas e seguem para um rígido controle de qualidade, onde serão submetidas a testes de potência, estabilidade e esterilidade.
Registro sanitário definitivo
Para começar a distribuição da vacina no país será necessário o registro sanitário definitivo para uso dela no Brasil. De acordo com a Fiocruz, a previsão é que a reunião com a Anvisa seja agendada durante esta semana.
As vacinas que estão sendo distribuídas a partir desta segunda-feira (18) são a CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo. As primeiras doses vieram prontas da China.
O Butantan diz que produziu outras quatro milhões de doses no Brasil. O governo federal afirma que o Instituto ainda não pediu autorização emergencial para o uso desses lotes.
Vacinas aprovadas
No domingo (17), duas vacinas foram aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A Coronavac teve 50% (50,38%) de eficácia em testes. Isso significa que a vacina desenvolvida pelo laboratório Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, reduziu à metade as chances de pegar Covid-19, e teve 100% de eficácia contra sintomas graves.
Já a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, do Reino Unido, e pelo laboratório AstraZeneca, teve eficácia média de 70% (70,4%). A Oxford e a Coronavac devem ser aplicadas em duas doses, em um intervalo de 28 dias.
As duas vacinas também precisam ficar armazenadas em geladeiras em temperaturas de 2 a 8ºC.
Fonte: G1
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