Os investidores estrangeiros retiraram US$ 8,499 bilhões de aplicações financeiras no Brasil no ano de 2020, informou nesta quarta-feira (27) o Banco Central.
De acordo com a instituição, a saída registrada no ano passado foi a maior desde 2018 (-US$ 9,5 bilhões). Em 2019, deixaram o país US$ 6,693 bilhões.
Do total retirado do país em 2020:
US$ 7,232 bilhões estavam em ações;
US$ 1,309 bilhão estavam em fundos de investimento;
US$ 41 milhões estavam em títulos de renda fixa.
A saída de investidores estrangeiros do país aconteceu em um ano marcado pela pandemia do novo coronavírus, que espalhou recessão pela economia mundial e tensão nos mercados.
Entre fevereiro e maio do ano passado, período mais agudo da crise, US$ 35 bilhões em aplicações financeiras deixaram a economia brasileira. A maior retirada foi em março (-US$ 22,228 bilhões).
De junho em diante, os investimentos em aplicações financeiras retornaram. Em novembro e dezembro de 2020, houve o ingresso respectivo de US$ 6,789 bilhões e de US$ 6,315 bilhões.
Fernando Rocha, chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, avaliou que as aplicações financeiras de estrangeiros têm um caráter de mais curto prazo. Portanto, acrescentou ele, são mais voláteis.
"É muito fácil entrar e sair do mercado financeiro para investimentos em 'portfolio' [aplicações]", disse.
Ele observou que a forte retirada de recursos, em março, coincidiu com o período mais agudo da crise financeira decorrente da pandemia, quando houve uma paralisação muito rápida da atividade econômica e um "nível de incerteza elevadíssimo".
"Depois disso, houve informações sobre a pandemia e sobre as ações governamentais [para enfrentar a crise]. Uma incerteza, que embora elevada, estava menor. Então, houve um retorno dos investidores ao mercado brasileiro", disse Rocha.
Fonte: G1
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