Quinze estados começaram a vacinar a população com a CoronaVac nesta segunda-feira (18), após o Ministério da Saúde ter iniciado a distribuição do imunizante contra a Covid-19 (veja a lista abaixo). Houve atraso na entrega porque a pasta, segundo o ministro Eduardo Pazuello, teve que alterar voos com as doses para os estados.
Dulcineia da Silva Lopes recebe dose da CoronaVac aos pés do Cristo Redentor, nesta segunda-feira (18), no Rio de Janeiro. — Foto: REUTERS/Ricardo Moraes
Com isso, chega a 16 o número de estados que deram início à vacinação, uma vez que São Paulo começou a imunização neste domingo (17), pouco após a aprovação do uso emergencial da CoronaVac pela Anvisa.
Os estados escolheram profissionais de saúde e moradores de abrigo, parte do grupo prioritário da vacina, para receber a primeira dose. No Mato Grosso do Sul, a primeira vacinada foi uma indígena. A segunda dose deve ser administrada em cerca de 21 dias.
Por causa do atraso, alguns estados usaram lotes simbólicos para aplicar vacinas até mesmo à noite e em aeroportos. Nesta terça-feira, outros 11 estados começaram a vacinar.
Veja, abaixo, quem foram os primeiros vacinados em cada Unidade Federativa:
Rio Grande do Sul: 5 pessoas foram vacinas simultaneamente
Amazonas: Vanda Ortega, de 33 anos, enfermeira indígena
Mato Grosso: Luiza Batista de Almeida Silva, de 43 anos, técnica de enfermagem.
Paraná: Lucimar Josiane de Oliveira, de 44 anos, enfermeira.
Pernambuco: Perpétua Barbosa, 52 anos, técnica de enfermagem
Minas Gerais: Maria do Bonsucesso Pereira, de 57 anos, enfermeira.
Espírito Santo: Iolanda Brito, de 55 anos, técnica de enfermagem.
Maranhão: Egle Maia Sousa, técnica de enfermagem.
Tocantins: Edileuza Ferreira dos Santos, de 52 anos, enfermeira.
Mato Grosso do Sul: Domingas da Silva, indígena de 91 anos. Da etnia Terena, ela reside na aldeia Tereré, em Sidrolândia, e foi vacinada no Hospital Regional de Campo Grande.
Ceará: Maria Silvana Souza Reis, de 51 anos, técnica de enfermagem.
Goiás: Maria Conceição da Silva, de 76 anos, moradora de um abrigo e hipertensa. Ela foi imunizada pelo governador Ronaldo Caiado, que é médico.
Piauí: Joaquim Vaz Parente, de 75 anos, é médico obstetra e atua há 45 anos na Maternidade Dona Evangelina Rosa.
Rio de Janeiro: Dulcineia da Silva, de 59 anos, técnica de enfermagem no hospital Ronaldo Gazola, e Teresinha da Conceição, de 80 anos, acolhida pelos serviços da Prefeitura em 2015 depois de ter sua casa demolida pela Defesa Civil. Elas foram vacinadas no Cristo Redentor.
Santa Catarina: Júlio César Vasconcellos de Azevedo, de 55 anos, enfermeiro. Ele trabalha há 28 anos no Hospital Celso Ramos, de Florianópolis.
São Paulo: Mônica Calazans, de 54 anos, enfermeira. Ela foi a primeira brasileira a receber a vacina fora do período de testes, pouco após aprovação da Anvisa.
Atrasos na distribuição
Pazuello disse que a vacinação começaria a partir das 17h em todo o país. A entrega das doses, entretanto, atrasou após a pasta alterar voos para os estados.
Em entrevista nesta segunda-feira, em São Paulo, Pazuello afirmou que houve atraso porque os governadores quiseram antecipar o início da vacinação e foi necessário refazer a logística. "Imagine a mudança da logística para 26 estados em um país continental como o Brasil", disse.
Outras Unidades Federativas afirmaram que a vacinação só começa amanhã: Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Pará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima e Sergipe.
Vacinas da Índia sem data para chegada
Pazuello também foi perguntado sobre as duas milhões de doses da vacina de Oxford que o Brasil pretende importar da Índia — o imunizante obteve aprovação da Anvisa também neste domingo.
O governo mobilizou um avião no fim de semana para buscá-las, mas a Índia atrasou a entrega. Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a viagem poderia ocorrer “em dois ou três dias”.
Nesta segunda, porém, Pazuello não definiu um prazo e disse que a diferença de fuso horário complica as negociações.
“Todos os dias nós temos tido reuniões diplomáticas com a Índia. O fuso horário é muito complicado. Não há uma resposta positiva de saída até agora. Está sinalizado para os próximos dias desta semana o embarque da carga para cá", disse o ministro.
CoronaVac no Brasil
A CoronaVac é uma vacina produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, que é ligado ao governo do estado de São Paulo.
No dia 9 de janeiro, o Ministério da Saúde afirmou que compraria as 6 milhões de doses da CoronaVac produzidas no Brasil. Dessas, 4.636.936 começaram nesta segunda a ser enviadas aos estados brasileiros. As outras 1.357.640 começaram a ser distribuídas no estado de São Paulo já no domingo.
A distribuição das vacinas é feita com aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) e caminhões com áreas de carga refrigeradas. As companhias aéreas Azul, Gol, Latam e Voepass também participam do transporte gratuito das caixas de vacinas para todos os estados que necessitem de transporte aéreo.
Depois que as vacinas são entregues aos estados, os governos estaduais ficam responsáveis por levar as vacinas até os municípios, em parceria com o Ministério da Defesa
Veja divisão das doses da CoronaVac para cada estado:
Região Norte
Rondônia - 49.400
Acre - 40.760
Amazonas - 282.320
Roraima - 87.720
Pará - 173.240
Amapá - 31.000
Tocantins - 44.000
Total de doses - 708.440
Região Nordeste
Maranhão - 164.240
Piauí - 61.200
Ceará - 229.200
Rio Grande do Norte - 82.440
Paraíba - 114.880
Pernambuco - 270.960
Alagoas - 87.760
Sergipe - 48.880
Bahia - 376.600
Total de doses - 1.436.160
Região Sudeste
Minas Gerais - 577.680
Espírito Santo - 101.320
Rio de Janeiro - 488.320
São Paulo - 1.349.200
Total de doses - 1.357.040
Região Sul
Paraná - 265.600
Santa Catarina - 144.040
Rio Grande do Sul - 341.800
Total de doses - 751.440
Região Centro-Oeste
Mato Grosso do Sul - 158.760
Mato Grosso - 126.160
Goiás - 183.080
Distrito Federal - 106.160*
Total de doses - 574.160
*Inicialmente, a previsão era de que chegariam 105.960 doses em Brasília. No entanto, a Secretaria de Saúde disse que recebeu 106.160, ou seja, 200 a mais. Questionada pelo G1 sobre a diferença, a pasta não havia se manifestado até a última atualização desta reportagem.
Fonte: G1
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