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sexta-feira, março 27, 2020

Secretaria de Saúde investiga 4 mortes com suspeita de coronavírus no RN

Serafina Corrêa confirma terceiro caso de coronavírus - Rádio Uirapuru

A Secretaria de Saúde Pública do Rio Grande do Norte investiga pelo menos quatro mortes com suspeita para o novo coronavírus - Covid-19 - segundo informou o secretário Cipriano Maia no início da tarde desta sexta-feira (27). Ao todo, o estado conta com 28 casos de pacientes confirmados para a doença e mais de 1,1 mil suspeitos.

"A investigação de óbitos não foi concluída. Tem quatro óbitos que estão sob suspeita, está em investigação. É um trabalho demorado, que você tem que estudar desde o vínculo epidemiológico, o prontuário médico, a escuta dos profissionais. Momentaneamente, em função da epidemia, os casos de óbitos com suspeita ou diagnóstico clínico não precisam ir para Serviço de Verificação de Óbitos, porque o sistema não daria conta. Esses resultados, não temos hoje ainda", afirmou o titular da pasta durante entrevista coletiva com a governadora Fátima Bezerra (PT).

Segundo o boletim epidemiológico da Sesap publicado minutos após a entrevista, os quatro casos são distribuídos em dois municípios: um em Parnamirim, na região metropolitana de Natal, e três de Assu, na região Oeste potiguar.

O caso de Parnamirim é o de uma mulher de 47 anos que morreu com sintomas da doença. A investigação foi confirmada ao G1, pela secretaria municipal de saúde, no dia 19 de março.

Ainda de acordo com o boletim, na ocorrência de óbitos que apresentaram "clínica sugestiva" (suspeita) para Covid-19, "caso a coleta do material biológico não tenha sido realizada em vida, deve-se proceder com a coleta 'post mortem' no serviço de saúde, para posterior investigação da vigilância epidemiológica".

Fonte: G1

Coronavírus: Prefeitura de Natal recua e autoriza funcionamento de feiras livres

A Prefeitura de Natal decidiu retornar com o funcionamento das feiras livres na capital potiguar, que havia sido suspenso na sexta-feira (20) pela Portaria Nº 028/2020-GS. A volta das feiras acontecerá em regime especial com algumas alterações para tentar conter o contágio pela Covid-19, a partir deste sábado (28).

Feirantes terão de adotar medidas de segurança para voltar às atividades — Foto: Anna Alyne Cunha /Inter TV Cabugi
Feirantes terão de adotar medidas de segurança para voltar às atividades — Foto: Anna Alyne Cunha /Inter TV Cabugi

De acordo com a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur), algumas medidas serão adotadas: diminuição do número de bancas em cada feira (duas bancas por feirante); espaçamento de dois metros entre bancas, e a proibição da presença de comerciantes que se enquadram no grupo de risco de contágio pelo novo coronavírus.

Na manhã desta sexta-feira (27), a Semsur promoveu uma fiscalização e interrompeu o movimento de feirantes no conjunto Parque dos Coqueiros, Zona Norte de Natal, uma vez que o funcionamento das feiras livres só poderá ser retomado no sábado (28).

Funcionamento de feiras livres havia sido suspenso — Foto: Anna Alyne Cunha/Inter TV Cabugi
Funcionamento de feiras livres havia sido suspenso — Foto: Anna Alyne Cunha/Inter TV Cabugi

Confira trecho da nota divulgada pela Semsur:

A Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur) esclarece que as feiras livres da cidade foram suspensas de maneira provisória, levando em consideração as orientações das entidades de saúde (Secretarias Estadual/Municipal, Ministério da Saúde e OMS), bem como o decreto publicado pelo governo do Estado com medidas a serem adotadas para garantir o achatamento da curva de transmissão do Covid-19.

Além disso, a decisão tomada pelo município também levou em consideração recomendações do Ministério Público do Rio Grande do Norte e decisão judicial proferida na última sexta-feira (20), que determinou a suspensão imediata das feiras livres dos bairros Alecrim e Santa Catarina.

A paralisação dos serviços era necessária em um primeiro momento a fim de estudar formas de garantir a realização das feiras e compatibilizar com os cuidados à saúde.

Fiscais da Semsur na feira do Parque dos Coqueiros — Foto: Anna Alyne Cunha/Inter TV Cabugi
Fiscais da Semsur na feira do Parque dos Coqueiros — Foto: Anna Alyne Cunha/Inter TV Cabugi

Fonte: G1

Pandemia de coronavírus "poderia causar 40 milhões de mortes sem medidas preventivas", sugere estudo

Segundo o estudo, se deixado sem controle, o vírus “provavelmente” causaria a morte de 40 milhões de pessoas neste ano e poderia ter infectado 7 bilhões de pessoasPesquisadores do Imperial College de Londres descobriram que a Covid-19 poderia ter causado 40 milhões de mortes em todo o mundo neste ano sem medidas preventivas, colocando em foco o impacto que o distanciamento social precoce e os testes destinados a retardar a propagação da doença podem ter.

Os pesquisadores analisaram várias possibilidades: o mundo não reagindo à Covid-19; cenários atenuados, onde ocorre o distanciamento social; e outros cenários para suprimir a propagação do vírus, como testes.

Eles descobriram que, deixado sem controle, o vírus “provavelmente” causaria a morte de 40 milhões de pessoas neste ano e poderia ter infectado 7 bilhões de pessoas –quase toda a população global.

A pesquisa também descobriu que o distanciamento social pode reduzir pela metade esse impacto, mas sem uma ação rápida e decisiva, pode deixar os sistemas de saúde em todo o mundo, principalmente nas regiões de baixa renda, sobrecarregados.

A equipe constatou que a adoção rápida de “medidas comprovadas de saúde pública”, como testes, isolamento de casos confirmados e medidas difundidas de distanciamento social, é “crítica” para retardar a disseminação do vírus.

“É necessária uma ação rápida, decisiva e coletiva por todos os países para limitar o efeito dessa pandemia. A ação precoce tem o potencial de reduzir a mortalidade em até 95%, salvando 38,7 milhões de vidas”, disse o professor Azra Ghani, autor do relatório.

O relatório acrescenta: “Se todos os países adotassem essa estratégia quando a taxa de letalidade estivesse 0,2 mortes por 100 mil habitantes por semana, 95% das mortes poderiam ser evitadas, salvando 38,7 milhões de vidas. No entanto, se essa estratégia for adotada posteriormente (1,6 óbitos por 100 mil habitantes por semana), esse número cai para 30,7 milhões.”

As estratégias para conter o vírus precisariam ser mantidas até que o tratamento seja disponibilizado, disseram os pesquisadores.

Patrick Walker, que escreveu o relatório, disse: “Estimamos que o mundo enfrenta uma emergência aguda de saúde pública sem precedentes nas próximas semanas e meses. Nossas descobertas sugerem que todos os países enfrentam uma escolha entre medidas intensivas e caras para suprimir a transmissão ou arriscar que os sistemas de saúde se tornem rapidamente sobrecarregados No entanto, nossos resultados destacam que uma ação rápida, decisiva e coletiva agora salvará milhões de vidas no próximo ano”.

Cerca de 540 mil pessoas contraíram Covid-19 em todo o mundo até o momento, enquanto 25 mil pessoas morreram, de acordo com a Universidade Johns Hopkins. Os EUA estão agora enfrentando o maior número de infecções de qualquer nação, com mais de 86 mil casos confirmados. Vários países adotaram abordagens diferentes para combater o vírus –a China continental, onde o surto foi detectado pela primeira vez no final do ano passado, foi a primeira a impor um bloqueio de dezenas de milhões de pessoas, que começou a aumentar à medida que novos casos domésticos parecem diminuir. Singapura e Coreia do Sul, que também foram pontos quentes para o vírus, adotaram testes iniciais e generalizados da população. De acordo com dados de ontem (26) Ministério da Saúde, o Brasil tem 77 mortes e 2.915 casos.

Alguns dos países europeus mais atingidos eventualmente impuseram bloqueios em todo o país que foram estendidos na Itália e na Espanha. O Reino Unido, que inicialmente adotava uma abordagem mais cautelosa das medidas de distanciamento social, fechou todos os negócios não essenciais e instou as pessoas a ficar em casa. O governo está enfrentando pedidos para acelerar os testes entre os profissionais de saúde.

A abordagem dos EUA também foi lenta, e os testes foram severamente atrasados ​​e limitados. O presidente Donald Trump inicialmente minimizou a gravidade da doença, forçando os governadores de todo o país a imporem bloqueios por estado. Os legisladores estão agora à beira de aprovar uma lei de alívio econômico de US$ 2 trilhões.

Fonte: MSN

Minha palavra vale mais, diz Bolsonaro ao se negar a mostrar exame para coronavírus

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira (26) que a palavra dele vale mais do que a cópia do exame médico. Segundo Bolsonaro, o teste dele deu negativo para coronavírus. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

Presidente Jair Bolsonaro em coletiva de imprensa em Brasília em 18 de março de 2020
© AFP Presidente Jair Bolsonaro em coletiva de imprensa em Brasília em 18 de março de 2020

De acordo com o jornal, a Presidência da República tem se negado a passar a cópia do laudo médico. Durante uma coletiva no Palácio da Alvorada, o presidente ironizou uma pergunta da Folha sobre se ele divulgaria o resultado como uma medida de transparência. “Você dorme comigo?”, questionou.

“Eu estou bem, cara, tranquilo. E nunca tive problema não. Já pensou que prato feito para a imprensa se eu tivesse infectado? Não estou. É a minha palavra. A minha palavra vale mais do que um pedaço de papel”, acrescentou.

Ao fim da entrevista, o presidente voltou a fazer a provocação. “Vai dormir comigo ou não? É brincadeira, pessoal. Desculpa aí”, afirmou.

O presidente realizou dois exames: nos dias 12 e 17. Para ambos, disse que o resultado foi negativo. O Hospital das Forças Armadas, que atendeu o presidente, apresentou ao governo do Distrito Federal uma lista de infectados com o novo coronavírus, mas omitiu os nomes de duas pessoas que receberam resultado positivo do exame.

Fonte: MSN

Governo anuncia R$ 40 bi para empresas pequenas e médias pagarem salários

Governo anuncia R$ 40 bi em crédito para empresas pagarem salários ...
O governo federal anunciou hoje a criação de uma linha de crédito de R$ 40 bilhões para o pagamento de salários de funcionários de pequenas e médias empresas por até dois meses. Em contrapartida, o empresário terá que se comprometer a não demitir os trabalhadores em decorrência da crise causada pela pandemia do coronavírus.

No total, o volume de investimento poderá chegar a R$ 40 bilhões (R$ 20 milhões por mês) e atender cerca de 1,4 milhões de empresas e 12,2 milhões de trabalhadores. A maior parte do dinheiro (85%) será injetada pelo governo federal e 15%, pelos bancos privados. Na prática, isso significa que o governo ficará com 85% do risco de inadimplência e os bancos com os demais 15%.

De acordo com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o financiamento estará disponível em uma ou duas semanas. Podem aderir empresas com faturamento entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões por ano. Os juros serão de 3,75% ao ano (igual à taxa básica, Selic), com seis meses de carência para pagar, em até 36 meses.

Dinheiro direto na conta, até 2 salários

O dinheiro será pago diretamente aos funcionários, sem intermediação das empresas. Ou seja, o trabalhador não ficará dependente do patrão para ter os seus vencimentos, mesmo que as atividades comerciais permaneçam fechadas durante a pandemia.

Campos Neto explicou que o pagamento de salários por meio da nova linha de crédito será limitado a dois salários mínimos (R$ 2.090).

"Ou sejam, quem ganha mais de dois salários mínimos não receberá de forma integral. Quem ganha um salário mínimo, fica um salário mínimo. Quem ganha dois, recebe dois. Quem ganha três, passa a receber dois."

Em nota, o Banco Central informou que o programa será implementado por meio de Medida Provisória (MP), com abertura de um crédito extraordinário de R$ 34 bilhões —equivalente à parte do Tesouro— e criação de um fundo operacionalizado pelo BNDES, fiscalizado e supervisionado pelo BC.

Caixa baixa juros

O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, confirmou a redução da taxa de juros do cheque especial para 2,9% ao mês. "É caro, queremos reduzir ainda mais", disse ele.

O rotativo do cartão de crédito também sofreu mudanças. Quem não conseguir pagar a fatura do cartão terá um prazo de três anos para quitar a dívida. "Essa taxa estava em 7,7% por mês e também foi para 2,9%. Isso significa que a população vai ter mais dinheiro sobrando para pagar as suas contas."

Medidas em estudo

Também está em estudo no BNDES uma linha de crédito emergencial, que pode chegar a R$ 2 bilhões, para as empresas da área de saúde. Segundo Gustavo Montezano, presidente do BNDES, já foram mapeadas ao menos 30 interessados. Ele promete adotar "flexibilização extrema" em função das dificuldades criadas pela pandemia, para "taxas, garantias e prazos".

Guimarães, Campos Neto e Montezano estudam ainda alternativas para dar assistência às pessoas que estão na informalidade. O governo ainda não anunciou medidas para socorrer esses trabalhadores.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que, além de medidas para atender as vítimas do coronavírus, é preciso se preocupar com os empregos, de forma a diminuir o máximo possível o tamanho das ondas de infecções e do desemprego. "Elas caminham simultaneamente", disse o presidente, ao abrir a entrevista para anúncio das medidas econômicas.

Fonte: Uol

Bancos prometem adiar pagamentos, mas não atendem clientes e sobem juros

Bancos prometem adiar pagamentos, mas não atendem clientes e sobem ...Os grandes bancos do país lançaram semana passada uma ação conjunta com objetivo de diminuir o impacto das medidas para conter o avanço do novo coronavírus sobre a economia. A promessa anunciada era permitir a clientes a possibilidade de adiar, por até 60 dias, o pagamento de parcelas de empréstimos. Mas quando os correntistas entraram em campo para obter o benefício, a grande maioria se decepcionou. Os canais de atendimento não funcionam, falta informação entre gerentes e a prorrogação é, na verdade, um novo financiamento ou novo contrato, com aumento dos juros.

"O Itaú simplesmente não atende os canais de comunicação. Tornou esse pedido impossível", disse o cliente Roberto Daia. "Estou tentando contato com o Santander, mas até o momento sem sucesso. Pedem para ligar na central, mas a ligação é interrompida porque relatam não possuírem atendentes", afirma Gisele Moreira França. "Liguei para a agência da Caixa, eles não sabem de débito nem como vai funcionar isso. Estão completamente perdidos e sem informações para repassar aos clientes", disse Marcos Amaral, cliente do banco estatal. "Bradesco diz não ser possível um adiamento por 60 dias, que nada sabe a respeito, e se for feito um refinanciamento será com juros de 7,92% ao mês", afirmou Raul Rota, cliente do segundo maior banco privado do país. "O Banco do Brasil oferece um serviço que já existia, a renovação do empréstimo, e não um adiamento da cobrança das parcelas", afirma Gizellen Alves, cliente do banco público.

Segundo os bancos, a possibilidade de adiar os pagamentos de empréstimos tomados pelos clientes está disponível, mas é válida apenas para quem está com a conta em dia. Além disso, afirmam os bancos, para inserir esse tipo de medida extraordinária dentro do sistema operacional da instituição financeira é necessário classificar a operação como uma repactuação ou refinanciamento.

O problema é que esses detalhes não ficaram claros assim que a medida foi lançada, na segunda-feira da semana passada (dia 16). E muitos clientes se sentem prejudicados pelo anúncio, que consideram falsa propaganda.

Empresas também reclamam de juros altos

Não é só para pessoas físicas que os bancos estão aumentando os juros. Empresários ouvidos anteriormente pelo UOL também declararam que os bancos estão segurando dinheiro e aumentando juros (em alguns casos, subindo 2,5 vezes a taxa).
O próprio Banco Central também detectou aumento de juros e menor prazo de financiamento por parte dos bancos.

Direitos do consumidor

A especialista em assuntos financeiros do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), economista Ione Amorim, alerta para cuidados que os clientes devem ter na hora de alongar pagamento de parcelas de compromissos com os bancos.

Segundo ela, o consumidor precisa prestar atenção à cobrança de juros referentes ao período em que o pagamento está suspenso. Para ela, o correto seria o consumidor não assumir juros por conta dessa suspensão.

A especialista do Idec destaca ainda que o cliente precisa checar com o banco se não haverá acúmulo de prestações após a prorrogação, e se não vão ser inseridas mais mudanças no contrato original.

Na dúvida, os clientes podem procurar o próprio Idec, o Procon-SP ou mesmo a ouvidoria do Banco Central.

Bancos respondem

Por meio de nota, o Itaú Unibanco disse que "está cumprindo rigorosamente o compromisso assumido de atender a pedidos de prorrogação, por 60 dias, dos vencimentos de dívidas de clientes pessoas físicas e micro e pequenas empresas para os contratos vigentes em dia e limitados aos valores já utilizados".

O banco diz que, caso se concretize o adiamento, as taxas de juros permanecem as mesmas do contrato original sem incidência de multas e encargos adicionais. Mas o mesmo banco admite que "em alguns casos, o valor da parcela do cliente pode aumentar em função de IOF e da aplicação dos juros do contrato original sobre a carência adicional".

Já na Caixa, a informação passada por nota foi a de que "a rede de atendimento já foi orientada a operacionalizar as medidas anunciadas". O banco estatal diz que há opções de adiamento de pagamento para diversos empréstimos, como CDC (crédito direto ao consumidor), crédito pessoal e capital de giro de empresas.

Sobre os custos nessas operações, a Caixa informou que "os juros serão recalculados e acrescidos ao saldo devedor do contrato". Assim, diz o banco, "o cliente realizará o pagamento desse valor, de forma diluída, ao longo das parcelas restantes da dívida".

"As parcelas remanescentes são calculadas considerando o valor do saldo devedor, acrescidas unicamente dos juros relativos ao período da pausa", informou a Caixa.

A Caixa diz ainda que os clientes que possuem contrato de financiamento habitacional pessoa física ou pessoa jurídica, que estejam em dia com os pagamentos ou com até dois encargos em atraso, podem solicitar a pausa, com exceção dos casos em que o cliente esteja utilizando o FGTS para pagamento das prestações mensais.

O Santander Brasil informou que lançou um hotsite para orientar os clientes interessados em solicitar a prorrogação do vencimento das dívidas por até 60 dias, conforme a determinação do Conselho Monetário Nacional (CMN).

A iniciativa, diz o banco, faz parte de uma série de medidas para ajudar a minimizar os impactos do avanço do novo coronavírus sobre a atividade econômica, entre elas a ampliação automática de 10% o limite do cartão de crédito de todos os clientes adimplentes e a antecipação, para abril, do pagamento total do 13º salário de todos os 47 mil funcionários, além do congelamento de processos de demissão de colaboradores da companhia no país.

O Bradesco disse que está à disposição para prorrogar por 60 dias as prestações de financiamento de seus clientes. "A taxa de juros inicialmente contratada será mantida e haverá a cobrança proporcional dos juros, considerando a carência solicitada, para o período restante da operação".

Segundo o segundo maior banco privado do país, para crédito pessoal, crédito parcelado, capital de giro e cheque especial pessoas física e jurídica, o cliente precisa ligar para sua agência e solicitar a prorrogação. O gerente então fará o ajuste necessário no contrato e disponibilizará uma nova proposta nos canais digitais do banco (Internet banking, celular e autoatendimento), onde o cliente fará a validação do novo contrato".

No crédito imobiliário, o banco disponibilizou um formulário em seu internet banking, que deve ser preenchido, assinado e enviado por e-mail para a agência do cliente. E o banco deixa mais informações estão disponíveis no site.

O Banco do Brasil afirmou que todos os clientes têm acesso a prorrogação das parcelas via web, sem necessidade de ir a uma agência do BB. A instituição financeira pública informa que as renovações de operações já contratadas poderão ter os mesmos prazos de carência. Há também a possibilidade de flexibilizar o cronograma de pagamento, ficando um ou dois meses sem pagamento de parcela em todos os anos da vigência do contrato. A possibilidade de renovação está disponível nos canais digitais (App BB e internet) e nos terminais eletrônicos do BB. Mais informações estão disponíveis em bb.com.br/emprestimo.

fonte: Uol

Prefeitos ameaçam ir à Justiça responsabilizar Bolsonaro por fim de isolamento contra coronavírus

Em carta ao presidente Jair Bolsonaro, prefeitos questionam o governo federal sobre a campanha "O Brasil não pode parar" e ameaçam ir à Justiça para responsabilizar o chefe do Planalto por consequências da mudança no isolamento social durante a pandemia da covid-19.

O presidente Jair Bolsonaro - Andressa Anholete/Getty Images
O presidente Jair Bolsonaro
Imagem: Andressa Anholete/Getty Images

O governo federal lançou uma campanha chamada "O Brasil não pode parar" para defender a flexibilização do isolamento social. A iniciativa é parte da estratégia montada pelo Palácio do Planalto para divulgar ações de combate ao novo coronavírus, ao lado de medidas que o presidente Bolsonaro considera necessárias para a retomada econômica.

Em carta, a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) questiona Bolsonaro se o governo vai orientar Estados e municípios a suspenderem imediatamente as restrições de convívio social - e se a União assumirá as responsabilidades que cabem aos governos locais, como atendimento direto à população. Pelo Brasil, prefeitos e governadores vêm adotando medidas restritivas, como fechamento de escolas e estabelecimentos comerciais, atitude criticada pelo chefe do Planalto.

"A depender da resposta do governo federal ao presente ofício, pois o posicionamento até o momento tem sido dúbio e gerado insegurança na população, não restará outra alternativa aos prefeitos se não recorrer à Justiça brasileira com pedido de transferência ao presidente da República das responsabilidades cíveis e criminais pelas ações locais de saúde e suas consequências", diz o documento, assinado pelo presidente da FNP e prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB).

As perguntas da FNP a Bolsonaro: 

1. O Governo Federal orienta os entes subnacionais a suspender imediatamente as restrições de convívio social? Caso positivo, por meio de qual instrumento oficial?

2. Caso o convívio social seja suspenso, há previsão de diálogo federativo para a construção de uma estratégia para concretizar tal medida?

3. Quais as evidências científicas foram consideradas para motivar a mudança repentina no posicionamento do Governo Federal quanto às medidas de isolamento social?

4. Caso o Governo Federal suspenda a contenção social, o que poderá levar ao colapso do Sistema Único de Saúde (SUS), o Governo Federal assumirá todas as responsabilidades da Atenção Básica, Média e Alta complexidades, incluindo todos os atendimentos? Como estaremos na contramão do que indica e recomenda a OMS, o Governo Federal assumirá as responsabilidades de todo o atendimento à população?

5. Está entre as medidas do Governo Federal a federalização do SUS?

Fonte: Uol

Prefeito admite erro ao apoiar campanha 'Milão não para' imitada no Brasil

O prefeito de Milão, Giuseppe Sala, reconheceu que errou ao ter divulgado o vídeo de uma campanha que dizia que a cidade "não para", no fim de fevereiro.

Pedestres caminham no centro de Milão, na Itália, usando máscaras devido à epidemia do coronavírus - Miguel Medina/AFP
Pedestres caminham no centro de Milão, na Itália, usando máscaras devido à epidemia do coronavírus Imagem: Miguel Medina/AFP 

Enquanto isso, o presidente Jair Bolsonaro segue apoiando uma campanha apelidada de "O Brasil não pode parar", que tem o mesmo conteúdo da italiana.

Depois de quase um mês, Milão é terceira localidade mais atingida pela pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), com 6.922 contágios, de acordo com a Defesa Civil.

"Muitos se referem àquele vídeo que circulava com o título 'Milão não para'. Era 27 de fevereiro, o vídeo estava explodindo nas redes, e todos o divulgaram, inclusive eu. Certo ou errado? Provavelmente, errado", disse Sala à emissora Rai, neste domingo (22).

O vídeo viralizou na web em meio à escalada dos casos na Itália e após o governo ter decidido confinar as 11 cidades do norte do país que haviam registrado os primeiros contágios por transmissão interna. A peça exalta os "milagres" feitos "todos os dias" pelos habitantes de Milão e seus "ritmos impensáveis" e "resultados importantes". "Porque, a cada dia, não temos medo. Milão não para", diz o vídeo.

A versão brasileira da campanha é encabeçada pelo próprio governo federal que está fazendo posts nas redes sociais incentivando que os jovens deixem a quarentena e voltem a trabalhar para que haja uma retomada econômica.

"Ninguém ainda havia entendido a virulência do vírus, e aquele era o espírito. Trabalho sete dias por semana para fazer minha parte, e aceito as críticas", reforçou o prefeito.

Em 27 de fevereiro, a Itália contabilizava 650 casos do novo coronavírus. Agora são quase 60 mil. Na época, o primeiro-ministro Giuseppe Conte também chegou a dizer que a vida devia "continuar".
*Com informações da Ansa

Fonte: Uol

Brasileiros buscam cura pra Covid-19 desde janeiro e já têm 5 boas opções

Região em roxo mostra onde ocorrem reações principais do coronavírus; Cnpem busca medicamento inibidor da replicação do vírus - Divulgação/CnpemMuito antes do primeiro caso oficial de coronavírus surgir no Brasil, cientistas do país já buscavam uma cura ou um tratamento. Desde o fim de janeiro, pesquisadores do Cnpem (Centro Nacional de Pesquisas em Energias e Materiais), em Campinas (SP), investigam medicamentos que podem ajudar quem adoeceu de Covid-19. Menos de dois meses depois do início dos testes, que envolveram mais de 2.000 candidatos a tratamentos, restaram cinco opções consideradas as mais promissoras. Começa agora uma nova fase de testes.

O Cnpem, onde a maior parte da pesquisa é feita, é um centro independente de pesquisas, mas supervisionado pelo MCTIC (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações). Ele conta com laboratórios nacionais de nanotecnologia, biociências, biorrenováveis e de luz síncrontron, sendo este último o responsável por um dos mais avançados aceleradores de partículas do mundo.

A busca por um medicamento envolve o "reposicionamento de fármacos". O que é isso? Eles selecionam medicamentos que já estão nas prateleiras das farmácias, portanto já aprovados para uso humano. Dos 2.000 iniciais —eram analgésicos, anti-hipertensivos, antibióticos e diuréticos, entre outros— o número caiu para 16 e, posteriormente, para cinco medicamentos mais promissores, baratos e disponíveis no mercado brasileiro.

A intenção dos pesquisadores era ver se algum dos milhares de fármacos selecionados poderia interagir com a protease [um tipo de enzima] do coronavírus para evitar sua replicação no corpo humano. Nesta fase da pesquisa, foram feitas análises e simulações computacionais com inteligência artificial para entender quais medicamentos poderiam inibir a enzima e funcionar como um antiviral.

"Esse encaixe não ocorre de maneira fácil. É como buscar uma chave [medicamento] em um chaveiro cheio delas [muitos compostos]. Essa chave deve se encaixar perfeitamente na fechadura do vírus [locais específicos das proteínas dos vírus capazes de bloquear sua atividade]", diz ao Tilt Daniela Trivella, coordenadora científica do LNBio (Laboratório Nacional de Biociências) do Cnpem.

"Estas regiões específicas das proteínas virais são importantes para realizar reações químicas, infectar células humanas e propagar o material genético viral —fases fundamentais de uma infecção. Por isso, são estas fechaduras que miramos", aponta Trivella.

Com os cinco compostos selecionados, a pesquisa entra em uma nova fase de análise in vitro — em cultura de célula com contato direto com o vírus. A intenção é ver, na prática, como os compostos e medicamentos selecionados interagem com o coronavírus. O nome dos compostos nesta fase não será informado, já que o estudo ainda não está completo.

Cloroquina é "ótima notícia"

Ainda não há uma previsão de finalização dos testes, já que eles estão na fase inicial. Mas o pesquisador do Cnpem Rafael Elias Marques destaca já termos muito a comemorar na luta contra o coronavírus.

"O fato de a gente ter encontrado um medicamento como a cloroquina e a hidroxicloroquina que, quando combinados com a azitromicina, aparentemente têm um efeito protetor, é uma ótima notícia. Significa que, por mais que o coronavírus seja um organismo altamente infeccioso, o tratamento é possível. Uma primeira vitória como essa é motivadora", diz.

No estudo brasileiro, a cloroquina será colocada como um "controle positivo" nos experimentos após dois estudos internacionais apontarem que ela é capaz de reduzir a replicação do coronavírus in vitro.

Ainda assim, Marques critica a busca de consumidores pela cloroquina em farmácias após ela ser citada pelo presidente norte-americano Donald Trump, o que provocou um desabastecimento para quem realmente precisa do remédio para tratar outras doenças.

"Não havia a menor necessidade de as pessoas saírem comprando, esvaziando as farmácias desse medicamento. Nem tampouco de as pessoas declararem que a cura tinha sido encontrada. Tem um caminho muito longo ainda", explica.

Mas como tem uma movimentação nacional e internacional muito grande, é provável que nós encontraremos alguma coisa que pelo menos diminua esse sofrimento que o vírus causa
Rafael Elias Marques, pesquisador do CNPEM

O estudo brasileiro começou com quatro pessoas, passou para seis e agora são 11 no projeto. Em tempos de isolamento, apenas pesquisadores ligados ao coronavírus estão seguindo o trabalho direto no Cnpem, enquanto outros ficam de home office. Aliás, o distanciamento social é um dos desafios para descobrir o medicamento correto.

"O isolamento é um problema, mas é necessário para frearmos o espalhamento. As universidades e Cnpem estão funcionando com quadro mínimo. Isso de certa maneira dificulta, a pesquisa começa a correr em um ritmo mais lento, porque somos um número menor de pessoas trabalhando rotineiramente. O maior problema é que eventualmente teremos uma limitação em insumos para a pesquisa, justamente pela dificuldade e demanda a nível mundial por reagentes que vamos utilizar também", diz.

Equipamento milionário pode ajudar

Estudar um vírus, principalmente algo novo como o Sars-Cov-2, não tem só uma etapa. De acordo com Murilo de Carvalho, pesquisador do Cnpem, organismos desse tipo precisam ser estudados de vários pontos chamados na comunidade científica de "omics" —ou "ômicas" em português.

"A primeira coisa é sempre tentar entender a lógica por trás da biologia. [...] Então passo pela parte da genômica [código genético do vírus], proteômica [proteínas], metabolômica [como proteínas agem]...", explica.

Na pesquisa, Rafael Elias Marques avalia contar com ajuda da criomicroscopia eletrônica, técnica recente da química que ganhou o prêmio Nobel em 2017. O Cnpem conta com um equipamento do tipo no LNNano (Laboratório Nacional de Nanotecnologia). Esse microscópio enorme é avaliado em milhões de dólares fora do Brasil.

A técnica de criomicroscopia eletrônica permite investigar organismos e substâncias a partir da interação delas com elétrons. O equipamento mais avançado do Cnpem permite colocar estruturas a uma temperatura de nitrogênio para registrar imagens e entender o que ocorre dentro dos organismos e quais interações podem acontecer.

"Hoje os grandes grupos de biologia estrutural têm usado esse equipamento. Pega o coronavírus. Em menos de um mês, um dos grupos que estava trabalhando na área conseguiu produzir estruturas ligadas ao coronavírus. Isso poderia nem ser factível no passado", afirma Rodrigo Portugal, pesquisador do Cnpem.

Ciência brasileira contra o vírus

A pesquisa do Cnpem é apenas uma entre várias que ocorrem pelo Brasil. Em testes de medicamento, hospitais de São Paulo disseram que iniciariam pesquisa com a hidroxicloroquina - no caso, são testes clínicos e diferentes dos realizados em Campinas.

Fora do Brasil, a OMS (Organização Mundial da Saúde) também organiza uma corrida para encontrar uma cura para a doença, com participação de ao menos dez países. Esse estudo também será clínico, com testes diretos em pacientes.

Outras frentes também tentam atacar o coronavírus no Brasil. Existem pesquisadores trabalhando na formulação de melhores diagnósticos para a doença, assim como outros que procuram por vacinas contra a Covid-19.

Neste momento, cientistas têm se unido e contado com trocas de informações. Rafael Elias Marques destaca alguns momentos-chave, como o primeiro isolamento do vírus no Brasil, feito pelo professor da USP Edson Durigon e compartilhado com outros pesquisadores. Atualmente, os pesquisadores do Cnpem usam instalações da Unicamp para os testes in vitro, já que elas possuem o nível de biossegurança necessário.

O MCTIC ainda criou recentemente a Rede Vírus, que engloba várias universidades e instituições que investigam a doença, com trocas de informações entre as equipes.

Fonte: Uol

Balneário Camboriú faz carreata para celebrar fim da quarentena

Carreata pelo fim da quarentena em Balneário Camboriú (SC) - Reprodução/Twitter
Depois que o governo de Santa Catarina anunciou um Plano Estratégico que prevê a reabertura do comércio local a partir da próxima quinta-feira, cidadãos de Balneário Camboriú saíram às ruas em uma carreata para comemorar.

Ontem, antes do anúncio da reabertura do comércio, o governo confirmou a primeira morte por covid-19 no Estado.

O evento aconteceu na noite de ontem na orla da cidade e teve o apoio dos comerciantes da cidade.

O Estado, governado por Carlos Moisés (PSL), foi um dos primeiros a decretar quarentena, ordenando o fechamento de todos os serviços não essenciais, incluindo o transporte público.

Porém, um grupo que reúne 50 entidades empresariais enviou uma carta pedindo retomada econômica e sugerindo o "isolamento vertical" de idosos e outros grupos de risco.

Fonte: Uol

Moraes, do STF, rejeita pedido de Bolsonaro para prorrogar prazos de MPs no Congresso

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, rejeitou o pedido do governo para estender o prazo de validade de medidas provisórias editadas pelo presidente Jair Bolsonaro durante a crise do coronavírus.

Moraes determinou apenas alterações nos regimes de deliberação e votação dessas normas, adaptando esses processos ao sistema de votação remoto estabelecido na Câmara e no Senado durante o período.

De acordo com a decisão, os pareceres emitidos pelos relatores das medidas provisórias no Congresso poderão ser lidos nos plenários de cada uma das Casas —e não na comissão mista que é usualmente formada para a discussão dos textos.

Moraes, do STF, rejeita pedido de Bolsonaro para prorrogar prazos ...
O advogado, jurista e ex-ministro da Justiça Alexandre de Moraes é paulistano e nasceu em 13 de dezembro de 1968. Se tornou o 168º e mais recente ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) em 22 de março de 2017, nomeado pelo então presidente Michel Temer. Moraes assumiu a cadeira deixada por Teori Zavascki, que morreu em um acidente de avião em janeiro do mesmo ano Pedro Ladeira - 22.mar.2017/Folhapress 

O governo havia solicitado "a suspensão da contagem dos prazos" para votação das medidas provisórias "durante a situação de excepcionalidade dos trabalhos do Congresso Nacional, até a retomada das condições de normalidade para obtenção do quórum para deliberação".

Em outros termos, o Palácio do Planalto alegava que essas normas corriam risco de perder a validade porque muitos parlamentares não participariam das sessões.

A legislação estabelece que as medidas provisórias, que passam a valer a partir do momento de sua publicação, precisam ser apreciadas pelo Congresso em no máximo 120 dias. Caso contrário, elas deixam de valer.

O ministro Alexandre de Moraes manteve esse prazo. Ele atendeu a uma manifestação feita pela Câmara e pelo Senado, que argumentaram que o pedido do governo "significaria na prática a revogação do princípio da separação de Poderes".

A decisão representa uma derrota para o governo Bolsonaro. O Planalto acreditava que poderia obter uma posição favorável do tribunal, principalmente porque o PP --partido que integra o chamado centrão-- também fez um pedido semelhante. As cúpulas da Câmara e do Senado, porém, foram contrárias à medida.

As duas Casas alegaram que a implantação do sistema remoto de votação, que tem sido usado nas últimas semanas para aprovar matérias de combate aos efeitos da crise enviadas pelo governo, é suficiente para garantir a atividade legislativa.

Moraes entendeu que "o Congresso Nacional continuará a funcionar e exercer todas suas competências constitucionais, como não poderia deixar de ser em uma Estado Democrático de Direito".

"Observe-se que, mesmo nas mais graves hipóteses constitucionais de defesa do Estado e das instituições democráticas --estado de defesa [...] e estado de sítio [...]-- inexiste qualquer previsão de suspensão do prazo decadencial de validade das medidas provisórias, pois o texto constitucional determina a continuidade permanente de atuação do Congresso Nacional", escreveu o ministro.

Uma MP tem força de lei e validade de 60 dias, prorrogável por igual período. Ele precisa ser validada pelo Congresso —caso contrário, caduca. Há suspensão dos prazos durante o recesso do Legislativo.

O pedido inicial do governo era para que a contagem do prazo fosse suspensa inicialmente por 30 dias, conforme ocorre no recesso parlamentar.

Além do governo, o PP, um dos partidos do chamado centrão da Câmara, acionou o STF para pedir a suspensão dos prazos. Na justificativa, a legenda dizia que as MPs que estão hoje “condenadas à morte” por causa da proximidade do fim de prazo são assuntos que interessam à sociedade.

A ação coordenada atingia vários objetivos ao mesmo tempo. Ao público, passava a imagem de que os Três Poderes, que passaram por forte tensão nas últimas semanas em meio a declarações de Bolsonaro, estavam unidos no enfrentamento da pandemia.

Essa imagem de união, no entanto, ficou arranhada depois do pronunciamento de Bolsonaro na noite desta terça-feira (24), no qual criticou o fechamento de escolas, atacou governadores e culpou a imprensa pela crise.

Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, classificou o discurso como equivocado, enquanto o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou que "o país precisa de uma liderança séria, responsável e comprometida com a vida e a saúde da sua população".

A eventual suspensão do prazo das MPs também atenderia a interesses de Executivo e Legislativo. Como o Congresso está focado em debater e votar propostas voltadas ao combate à crise do coronavírus, o governo ganharia tempo para que a situação se normalize e os parlamentares poderiam apreciar matérias que o Executivo considera importante para resolver a situação fiscal do país.

Duas dessas MPs caducam nas próximas semanas: o fim da exclusividade da Casa da Moeda para fabricação de papel moeda e passaporte, que expira em 14 de abril e abre caminho para privatizar a estatal; e a do emprego Verde e Amarelo, que reduz encargos para empregadores e perde validade em 20 de abril.

Para o Congresso também seria interessante suspender o prazo. Se as MPs perdem a validade, isso pode ser usado pelo governo em uma narrativa de que o Legislativo engessa o Executivo e impede Bolsonaro de adotar as medidas que julga necessárias em sua gestão. Apoiar a suspensão, portanto, ajudaria a evitar confrontos com o Executivo.

Para o líder do Cidadania na Câmara, deputado Arnaldo Jardim (SP), a decisão é um aceno do Legislativo ao governo. “Para não criar um clima de insegurança, estamos de acordo com a suspensão e buscamos alternativas para ampliar prazo”, afirmou.

Entenda como funcionam as medidas provisórias

O que são as MPs? Medidas provisórias são normas editadas pelo presidente da República que têm força de lei. Elas, no entanto, têm validade determinada e precisam ser avalizadas pelo Congresso para não perderem a eficácia.

Qual o prazo de validade uma MP? Atualmente uma MP tem validade de 60 dias, prorrogáveis por mais 60 caso não tenha sido votada pelas duas Casas do Congresso —Câmara e Senado— nesse período.

Qual a ordem de tramitação? A MP começa a ser analisada em uma comissão mista, formada por 12 deputados e 12 senadores. Se aprovada, vai ao plenário da Câmara e depois ao do Senado. Caso este aprove o texto com modificações, ele retorna à Câmara, que acata ou rejeita as mudanças.

O que o governo Bolsonaro queria mudar? A Advocacia-Geral da União pediu nesta terça-feira (24) ao Supremo Tribunal Federal que a contagem do prazo das MPs seja interrompida por 30 dias.

Qual era justificativa do pedido do governo? A crise do coronavírus. Segundo a AGU, a pandemia levou o Congresso a uma “situação de excepcionalidade”, com sessões virtuais e votações a distância. O órgão alega que Câmara e Senado tiveram seu funcionamento reduzido, o que aumenta o risco de MPs consideradas importantes para o Planalto perderem a validade.

Quais MPs estavam citadas no pedido com risco de perderem a validade? Entre as medidas provisórias que a AGU cita estão as seguintes:

MP 899: estabelece critérios para a regularização de dívidas tributárias e para resolver conflitos entre contribuintes e a União; está no Senado e vence nesta quarta-feira (25)
MP 901: transfere ao domínio dos estados de Roraima e do Amapá terras pertencentes à União; está na Câmara e vence no próximo domingo (29)
MP 902: acaba com a exclusividade da Casa da Moeda na fabricação de papel-moeda, de moeda metálica e de cadernetas de passaporte, entre outros; está em comissão mista e vence no dia 14 de abril
MP 905: Cria a Carteira Verde e Amarela, programa de incentivo à contratação de jovens; está na Câmara e vence no dia 20 de abril


Fonte: Folha de São Paulo

Câmara aprova dispensa de atestado médico para trabalhador infectado pelo novo coronavírus

Plenário aprova dispensa de atestado médico por trabalhador ...A Câmara aprovou nesta quinta-feira (27) projeto que dispensa atestado médico ao trabalhador que tenha sido infectado pelo novo coronavírus (Covid-Sars-2) ou que tenha tido contato com pessoa infectada. A proposta ainda precisa passar pelo Senado antes de ir à sanção presidencial e entrar em vigor.

Apesar de garantir o afastamento sem atestado médico por sete dias, o texto obriga o funcionário a informar ao empregador sobre a doença imediatamente, segundo a Agência Câmara. A medida vale pelo período de duração da emergência pública em saúde causada pela pandemia do novo coronavírus.

O texto também estabelece, segundo a agência, que nos casos de quarentena imposta, o trabalhador poderá apresentar, a partir do oitavo dia, alguma das seguintes opções: justificativa válida, atestado médico, documento de unidade de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) ou documento eletrônico regulamentado pelo Ministério da Saúde.
O projeto foi proposto pelo deputado Alexandre Padilha (PT) e mais nove deputados que compões comissão que acompanha ações contra a Covid-19, doença provocada pelo vírus. Segundo Padilha informou à Agência Câmara, o objetivo do texto é evitar uma corrida aos hospitais, conforme vem orientando o Ministério da Saúde.

"Hoje, quem tem sintomas e precisa ficar em casa tem que ir atrás da unidade de saúde ou de um médico para arrumar um atestado e comprovar os dias que está em casa. Com a proposta, ele será dispensado por sete dias e, a partir do oitavo, tem outras opções. Vamos reduzir a pressão sobre os sistemas de saúde", afirmou o parlamentar.

Fonte: G1