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sexta-feira, março 27, 2020

Prefeito admite erro ao apoiar campanha 'Milão não para' imitada no Brasil

O prefeito de Milão, Giuseppe Sala, reconheceu que errou ao ter divulgado o vídeo de uma campanha que dizia que a cidade "não para", no fim de fevereiro.

Pedestres caminham no centro de Milão, na Itália, usando máscaras devido à epidemia do coronavírus - Miguel Medina/AFP
Pedestres caminham no centro de Milão, na Itália, usando máscaras devido à epidemia do coronavírus Imagem: Miguel Medina/AFP 

Enquanto isso, o presidente Jair Bolsonaro segue apoiando uma campanha apelidada de "O Brasil não pode parar", que tem o mesmo conteúdo da italiana.

Depois de quase um mês, Milão é terceira localidade mais atingida pela pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), com 6.922 contágios, de acordo com a Defesa Civil.

"Muitos se referem àquele vídeo que circulava com o título 'Milão não para'. Era 27 de fevereiro, o vídeo estava explodindo nas redes, e todos o divulgaram, inclusive eu. Certo ou errado? Provavelmente, errado", disse Sala à emissora Rai, neste domingo (22).

O vídeo viralizou na web em meio à escalada dos casos na Itália e após o governo ter decidido confinar as 11 cidades do norte do país que haviam registrado os primeiros contágios por transmissão interna. A peça exalta os "milagres" feitos "todos os dias" pelos habitantes de Milão e seus "ritmos impensáveis" e "resultados importantes". "Porque, a cada dia, não temos medo. Milão não para", diz o vídeo.

A versão brasileira da campanha é encabeçada pelo próprio governo federal que está fazendo posts nas redes sociais incentivando que os jovens deixem a quarentena e voltem a trabalhar para que haja uma retomada econômica.

"Ninguém ainda havia entendido a virulência do vírus, e aquele era o espírito. Trabalho sete dias por semana para fazer minha parte, e aceito as críticas", reforçou o prefeito.

Em 27 de fevereiro, a Itália contabilizava 650 casos do novo coronavírus. Agora são quase 60 mil. Na época, o primeiro-ministro Giuseppe Conte também chegou a dizer que a vida devia "continuar".
*Com informações da Ansa

Fonte: Uol

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