O Vaticano afirmou nesta segunda-feira (21) que é moralmente aceitável usar vacinas contra a Covid-19 mesmo que, durante a pesquisa, tenham sido usadas células que derivaram de tecidos de fetos abortados.
Fiéis se protegem com guarda-chuvas enquanto o Papa Francisco fala da janela do palácio apostólico com vista para a praça de São Pedro, no Vaticano, neste domingo (11) — Foto: Andreas Solaro/AFP
Uma nota da congregação de doutrina do Vaticano afirma que o uso dessas vacinas é permitido desde que não haja alternativas.
A Pfizer e da Moderna usaram, na pesquisa de suas vacinas, células que se originaram a partir de tecidos de fetos abortados no século passado.
Segundo os bispos dos Estados Unidos, as células empregadas na pesquisa foram tiradas de tecidos de fetos abortados nos anos 1960 e 1970 que foram replicadas em laboratório desde então.
O texto do Vaticano diz que dar a legitimidade moral está relacionado com o princípio de graus distintos de responsabilidade de cooperação com o mal.
Ou seja, que como a pandemia é um perigo grave, essas vacinas podem ser usadas, em boa fé, com a ciência de que elas não são uma cooperação formal com o aborto do qual as células foram extraídas e do qual as vacinas derivam.
Na ausência de outras, feitas a partir de outros materiais, é moralmente aceitável receber a injeção das vacinas em cuja pesquisa foram usaram células cultivadas a partir de fetos abortados.
Nem de forma indireta
A nota do Vaticano afirma que a vacina não constitui, nem mesmo de uma forma indireta, uma legitimação da prática do aborto.
No texto, pede-se que a indústria farmacêutica desenvolva vacinas completamente éticas e que os governos e organizações internacionais as tornem acessíveis aos países pobres.
A nota afirma que apesar o uso ser voluntário, "o bem comum recomenda a vacinação, especialmente para proteger os mais frágeis e mais expostos".
Fonte: G1
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