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quinta-feira, dezembro 03, 2020

França investiga 76 mesquitas por suspeita de ligação com grupos extremistas

O governo francês vai investigar, a partir desta quinta-feira (3), ao menos 76 mesquitas suspeitas de ter ligações com grupos de extremistas islâmicos, informou o ministro do Interior da França, Gérald Darmanin, que disse poder ordenar o fechamento de algumas caso se comprovem irregularidades.


Ministro do Interior da França, Gerald Darmanin, em audiência na Assembleia Nacional, em Paris em foto de 1º de dezembro de 2020 — Foto: Gonzalo Fuentes/Reuters


A medida é uma resposta aos recentes casos de terrorismo no país, como a decapitação do professor Samuel Paty, morto após mostrar caricatura de Maomé em uma aula de liberdade de expressão, e o atentado à catedral de Nice, que deixou três mortos – entre eles, uma brasileira.


Em entrevista à rádio RTL, o ministro Darmanin ponderou que não há uma "radicalização generalizada" na França, e que as 76 mesquitas investigadas não representam a maioria dos templos religiosos islâmicos no país.


"Existem 2,6 mil locais de culto muçulmanos na França", disse Darmanin. "Quando vemos 76 de 2,6 mil, estamos longe do que chamamos de uma radicalização generalizada, mas há lugares às vezes muito concentrados, na verdade, locais de culto que são abertamente antirrepublicanos."


Segundo o gabinete do ministro, os investigadores vão se debruçar sobre os orçamentos dos centros religiosos em busca de financiamentos irregulares. Além disso, levantarão os antecedentes dos imãs (líderes religiosos) e assistirão às aulas das escolas corânicas – voltadas às crianças da comunidade.



Ataques na França

Além do caso Samuel Paty e do atentado em Nice, em setembro deste ano, duas pessoas foram esfaqueadas e feridas perto da antiga redação da revista satírica "Charlie Hebdo". O ataque ocorreu ao mesmo tempo em que 14 pessoas eram julgadas por cumplicidade pelo atentado de 2015.


Naquele ano, Paris foi atingida por uma série de ataques com armas e bombas que deixaram mais de 120 mortos e 350 feridos. Os atentados ocorreram simultaneamente no estádio Stade de France, e na casa de shows Bataclan – além de vários outros locais da cidade.


Já em outubro de 2019, um especialista em TI – com autorização para trabalhar na sede da polícia de Paris – matou três policiais e um funcionário civil antes de ser morto pela polícia. Ele havia se convertido ao Islã 10 anos antes.


Outro caso aconteceu em março de 2018, quando um homem armado matou três pessoas no sudoeste da França depois de assaltar um carro, atirar na polícia e fazer reféns em um supermercado. As forças de segurança invadiram o local e o mataram.


Em 2016, a cidade de Nice também já tinha sido alvo de um ataque terrorista com 84 mortos em 2016. Na ocasião, um caminhão atropelou diversas pessoas que assistiam à queima de fogos em comemoração ao 14 de Julho, o Dia da Bastilha.


No mesmo ano, dois agressores mataram um padre e feriram gravemente outro refém em uma igreja no norte da França antes de serem mortos pela polícia. François Hollande, o presidente da França na época, disse que os sequestradores juraram fidelidade ao Estado Islâmico.


Em junho de 2016, um francês de origem marroquina esfaqueou um comandante da polícia até a morte em um subúrbio de Paris e matou seu parceiro, que também trabalhava para a polícia. O agressor disse à polícia que estava respondendo a um apelo do Estado Islâmico.


Fonte: G1

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