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terça-feira, dezembro 15, 2020

Estado não bate meta de vacinação contra a pólio; campanha encerra nesta quarta, 16

Mesmo tendo prorrogado duas vezes o prazo da campanha de vacinação contra a Poliomielite, o Rio Grande do Norte ainda não conseguiu atingir a meta de cobertura vacinal preconizada pelo Ministério da Saúde. Até esta segunda-feira (14), dois dias antes do encerramento da campanha, o Estado havia atingido 83,9% da cobertura, com 159.198 doses aplicadas. Na prática, considerando a meta de vacinação de 189.732, mais de 30 mil crianças potiguares ainda não fora vacinadas este ano. 



Créditos: Adriano Abreu
Nas salas de vacinação da Secretaria Municipal de Saúde de Natal, a procura tem sido baixa, conforme relatos de trabalhadores


A situação não é exclusiva do RN: de acordo com dados fornecidos pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap/RN) sobre cobertura vacinal no país, apenas dois Estados foram capazes de ultrapassar os 95% de cobertura estabelecidos pelo Ministério da Saúde: Amapá (99,9%) e Pernambuco (99,6%). De acordo com o ranking, o Rio Grande do Norte apresenta a 5ª maior cobertura vacinal do país. Apesar da boa colocação, os números preocupam os profissionais de saúde tendo em vista que a meta não foi alcançada.


Durante a manhã desta segunda-feira (14), a equipe de reportagem da TRIBUNA DO NORTE esteve nas Unidades Básicas de Saúde São João e Brasília Teimosa, na zona Leste de Natal. Em ambas, os profissionais responsáveis pela aplicação da vacina relataram que a procura este ano foi fraca e abaixo do esperado. Na UBS de Brasília Teimosa, por exemplo, às 11h, ainda não havia sido aplicada nenhuma dose da vacina contra a poliomielite. Na UBS São João, localizada na Avenida Romualdo Galvão, a procura pelo serviço de vacina costumava ser intensa. 


Há 27 anos, Nilda Ribeiro tabalha como técnica de enfermagem na unidade. Ela conta que, desde que as campanhas de vacinação se tornaram comuns e universalizadas, nunca viu uma procura tão baixa pela vacina no posto. “A gente fica se perguntando os motivos disso. Muitos alegam que é por causa da pandemia, mas por que as praias, bares e shoppings estão lotados e na fila de vacinação não aparece gente? Nosso corredor nunca esteve vazio dessa forma”, disse Nilda. 


Ela ressalta, ainda, que diferente do Coronavírus, que não costuma desenvolver um quadro grave da doença em crianças com tanta frequência, a poliomielite é mortal, pode provocar sequelas permanentes e já possui proteção disponível na rede pública de saúde. "Ao passo que a Covid-19 não tem uma mortalidade tão alta para crianças, o mesmo não pode ser dito sobre a poliomielite. A doença pode voltar e, se as crianças estiverem desprotegidas, podem desenvolver quadros de paralisia cerebral", alerta. 


Natal

De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde de Natal (SMS), até esta segunda-feira (14), o município havia imunizado 75,99% das crianças dentro da faixa etária para receber a vacina (de 1 ano a menores de 5 anos de idade). Segundo a coordenadora do Núcleo de Imunização da SMS Natal, Veruska Ramos, “a porcentagem atual ainda não é a ideal, mas alivia muito o risco de retorno da doença no nosso município, uma vez que Natal é o carro chefe na cobertura do RN”. Ela afirma que, como ainda restam alguns dias de campanha, o município espera atingir ao menos 80% de cobertura vacinal, principalmente graças ao processo de busca ativa que passou a ser realizado pelos profissionais de saúde após a extensão da campanha. 


Em 2020, diversas opções foram dadas aos responsáveis por crianças para garantir a vacinação durante a pandemia: foram instalados drive-thrus na cidade para evitar a espera e o contato nos postos de saúde, a busca ativa foi adotada e a vacinação regular para aqueles que optaram por ir aos postos de saúde também continua. As várias estratégias, no entanto, não foram suficientes para que todos os responsáveis levassem as crianças para serem imunizadas. 


O município de Natal conta com 63 salas de vacinação nos cinco distritos sanitários da cidade. É importante verificar o horário de cada unidade e comparecer ao local com o cartão de vacinação. No ato da vacina, o profissional de saúde confere o esquema vacinal e pode regularizar a periodicidade de algum imunizante, caso necessário. “É muito importante esse comparecimento aos nossos postos de saúde. A poliomielite é uma doença erradicada que pode voltar, se não houver prevenção", destaca George Antunes, secretário de Saúde de Natal.


Fonte: Tribuna do Norte

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