Os Emirados Árabes Unidos anunciaram, nesta quarta-feira (9), que registraram oficialmente uma das vacinas desenvolvidas pela estatal chinesa Sinopharm contra a Covid-19. A eficácia da vacina foi de 86% após uma análise preliminar, anunciou o Ministério da Saúde do país. Além disso, teve 100% de eficácia para prevenir casos moderados e graves da doença.
Cientista testa amostras de possível vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela SinoPharm em Pequim, na China, em foto de 11 de abril — Foto: Zhang Yuwei/Xinhua via AP
Os Emirados Árabes eram um dos países onde a vacina estava sendo testada; o imunizante não tem testes no Brasil. (Veja detalhes mais abaixo).
Na prática, se uma vacina tem 86% de eficácia, isso significa dizer que 86% das pessoas que tomam a vacina ficam protegidas contra aquela doença.
Segundo o Ministério da Saúde emiradense, o registro foi uma resposta feita a um pedido da própria Sinopharm. O órgão disse que "revisou a análise provisória" feita pela empresa dos dados de fase 3 para chegar às conclusões sobre a eficácia.
A análise também não mostrou problemas de segurança graves na vacina, de acordo com o órgão.
A "versão" aprovada do imunizante é a produzida pelo laboratório da empresa em Pequim – uma outra, diferente, está sendo desenvolvida pelo laboratório da mesma farmacêutica em Wuhan, cidade onde o primeiro caso de Covid no mundo foi registrado. Ambas as vacinas usam o vírus inativado para induzir imunidade e são aplicadas em duas doses.
Nenhuma das candidatas tem testes no Brasil; em solo brasileiro, a candidata da China que tem ensaios clínicos é a CoronaVac, desenvolvida pela Sinovac. O governo de São Paulo anunciou o início da vacinação com o imunizante para 25 de janeiro no estado.
Uso emergencial
A vacina da Sinopharm já tinha autorização de uso emergencial nos Emirados Árabes desde setembro – para proteger trabalhadores da linha de frente, com mais risco de contrair a Covid-19. Os ensaios de fase 3 no país incluíram 31 mil voluntários de 125 nacionalidades.
Agora, o país conduz testes de segurança e eficácia pós-autorização. Segundo o Ministério da Saúde local, esses estudos mostram perfis de segurança e eficácia semelhantes aos da análise provisória.
No Brasil, outras três vacinas estão sendo testadas em fase 3: a de Oxford, a da Johnson e a da Pfizer – que já foi aprovada para uso no Reino Unido e começou a ser aplicada na população britânica na terça-feira (8).
Como funcionam as 3 fases
Os testes para desenvolver uma vacina são normalmente divididos em 3 fases. Neles, os cientistas tentam identificar efeitos adversos graves e se a imunização foi capaz de induzir uma resposta imune – ou seja, uma resposta do sistema de defesa do corpo.
Os testes de fase 1 costumam envolver dezenas de voluntários; os de fase 2, centenas; os de fase 3, milhares. Essas fases costumam ser conduzidas separadamente, mas, por causa da urgência em achar uma imunização da Covid-19, várias empresas têm realizado mais de uma etapa ao mesmo tempo.
Antes de começar os testes em humanos, as vacinas são testadas em animais – normalmente em camundongos e, depois, em macacos.
Fonte: G1
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