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terça-feira, dezembro 22, 2020

Coronavírus se espalha para a estação de pesquisa da Antártida

O novo coronavírus atingiu o continente antártico, que até então estava livre da Covid-19.


Já houve casos de covid-19 em todos os sete continentes. — Foto: Getty Images via BBC


O Exército chileno registrou 36 casos na estação de pesquisa Bernardo O'Higgins, dos quais 26 em militares e 10 em trabalhadores da manutenção. Todos foram levados de volta para o Chile.


A notícia chega poucos dias depois que a Marinha chilena confirmou três casos em um navio que havia levado suprimentos e pessoal para a estação.


Isso significa que, agora, casos da covid-19 já foram registrados em todos os sete continentes.


O navio Sargento Aldea chegou à estação de pesquisa em 27 de novembro e navegou de volta ao Chile em 10 de dezembro.


Três de seus tripulantes testaram positivo ao retornar à base naval chilena em Talcahuano.


A Marinha do Chile disse que todos os que embarcaram na viagem à Antártica fizeram testes de PCR e todos os resultados foram negativos.


A estação de pesquisa Bernardo O'Higgins é uma das quatro bases permanentes que o Chile tem na Antártida e é operada pelo Exército.



O Chile é o sexto país mais afetado da América Latina, com mais de 585 mil casos confirmados de coronavírus.


'Nenhum país tem capacidade de tratar pessoas gravemente doentes'

O missão do Reino Unido na Antártida está reduzindo suas pesquisas por causa do coronavírus.


Em agosto, o país anunciou que apenas equipes essenciais retornariam ao continente após o inverno. Toda pesquisa de campo profundo foi adiada por um ano.


A missão britânica argumentou que não teria capacidade para tratar as pessoas que viessem a adoecer.


Por isso, após uma consulta a parceiros internacionais, decidiu adotar medidas rígidas para manter o coronavírus fora da região.


"Nenhuma nação tem instalações médicas para lidar com pessoas gravemente doentes", explicou a cientista Jane Francis, diretora da missão.

"Todos estão tomando medidas de precaução muito duras para garantir que qualquer atividade na Antártida neste ano seja a mais segura possível."


Desafio logístico

O principal desafio logístico é a incerteza em torno das rotas aéreas.


Muitos dos que vão para a Antártida a cada temporada de verão o fazem viajando de avião para a África do Sul, a Austrália/Nova Zelândia ou o Chile.


Dali, pegam um novo voo ou um navio para cruzar o oceano até o continente.



Mas, com os corredores aéreos interrompidos no momento, estes tradicionais pontos de partida para o continente antártico não estão operando como deveriam.


A pandemia do coronavírus atingiu o mundo em meados da temporada de verão de 2019/2020.


Tirar todo o pessoal temporário do continente e trazê-lo para casa também provou ser uma dor de cabeça logística — e obrigou alguns cientistas e técnicos a enfrentar longas esperas e quarentena.


Fonte: BBC

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