O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse em visita a Foz do Iguaçu (PR), nesta terça-feira (1º), que perpetuar alguns benefícios é o caminho certo para a "insucesso". Segundo o blog do Valdo Cruz, a ala política do governo tem feito apelos para que o auxílio emergencial seja prorrogado por mais dois ou três meses em 2021. A expectativa era que o presidente decidisse sobre o benefício logo após as eleições.
O presidente viajou ao Paraná para visitar as obras de construção da Ponte da Integração, que está com 40% das obras realizadas e deve ser entregue em 2022. A estrutura, cujas obras começaram em 2019, vai ficar na fronteira com o Paraguai e a ideia é que desafogue o fluxo na Ponte da Amizade.
Em discurso aos trabalhadores da obra, acompanhado do presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, Bolsonaro falou sobre a ajuda que o país ofereceu à parte da população durante a pandemia. O auxílio emergencial começou a ser pago em maio e vai até este mês.
"Ajudamos o povo do Brasil com alguns projetos por ocasião da pandemia. Alguns querem perpetuar alguns benefícios. Ninguém vive dessa forma. É o caminho certo para o insucesso", disse.
Apesar de o Planalto não ter divulgado uma decisão oficial sobre a extensão ou pagamento de novos auxílios, Bolsonaro afirmou que é preciso ter coragem para tomar decisões.
"Pior que uma decisão, até mesmo mal tomada, é uma indecisão. Nós temos que decidir. Nós temos que operar pelo nosso povo, pelo nosso país", disse.
A ala política do governo defende que o auxílio emergencial continue a ser pago até o Congresso aprovar medidas que garantam a criação do novo programa social ou a reformulação do Bolsa Família. A discussão foi travada pelo próprio presidente por resistência dele à extinção de outros programas sociais -- sugerida pela equipe econômica -- para a criação de um programa mais robusto.
Bolsonaro visitou Foz do Iguaçu e disse que perpetuar alguns benefícios é 'o caminho do insucesso' — Foto: Kiko Sierich/Itaipu Binacional
Presidentes do Brasil e do Paraguai se encontraram, em Foz do Iguaçu, para visitar a Ponte Internacional da Integração — Foto: Alan Santos/EBC
Luz mais cara
Mais cedo, antes de chegar ao Paraná, Bolsonaro comentou a afirmação de um internauta sobre o aumento na conta de luz, que começou a valer nesta terça-feira. "Obrigado PR [presidente]'.
Bolsonaro justificou que há risco de novos 'apagões' caso nada seja feito e justificou que os reservatórios estão com níveis baixíssimos.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu na segunda (30) que haveria cobrança extra na conta de luz dos consumidores a partir desta terça (1º).
Em reunião extraordinária, a agência decidiu que será cobrada a bandeira vermelha patamar 2, cujo valor é o maior no sistema de bandeiras da agência. Com isso, a cobrança extra será de R$ 6,24 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
Reunião
O encontro entre Bolsonaro e o presidente paraguaio ocorreu no Marco das Três Fronteiras, ponto de encontro entre Brasil, Paraguai e Argentina.
Durante a visita, Bolsonaro e outros representantes que acompanham a comitiva não usaram máscaras, item de segurança obrigatório na cidade por causa da pandemia. Mário Abdo usava a proteção e a retirou para fazer fotos. Bolsonaro interagiu com apoiadores
As primeiras-damas, Michelle Bolsonaro e Silvana Abdo, acompanham os maridos, mas terão agenda paralela, como a visita em um projeto social de Foz do Iguaçu. Ministros, deputados e o prefeito de Foz do Iguaçu, Chico Brasileiro (PSD), foram convidados para o encontro bilateral. Além deles, o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD).
Os presidentes participaram de uma reunião de trabalho fechada, na tarde desta terça, em um hotel de Foz do Iguaçu. Essa é a quarta visita do presidente Bolsonaro à fronteira durante o mandato. Na última ocasião, ele inaugurou uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH), em Renascença, no sudoeste.
Bolsonaro decolou rumo a Brasília às 14h.
Obra no PR
A Ponte Internacional da Integração, que Bolsonaro foi visitar as obras, é um empreendimento do governo federal. A gestão dela será do governo do Paraná, por meio do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e será paga com recursos da Itaipu Binacional.
Segundo a Itaipu, o investimento para a construção da nova ponte é de R$ 463 milhões, considerando a estrutura, as desapropriações e a construção de uma perimetral no lado brasileiro.
De acordo com o DER, o trabalho nas últimas semanas foi, principalmente, a construção das pernas do mastro no lado brasileiro, que são as estruturas mais altas e que compõem o apoio para os cabos de sustentação.
Do outro lado do Rio Paraná, no Paraguai, as longarinas, que são peças de matal com mais de 20 metros de comprimento e 60 toneladas, estão sendo montadas.
A ponte de acesso entre os dois países será do tipo estaiada, com vão-livre de 470 metros, e terá 760 metros de comprimento, de acordo com a Itaipu.
A estrutura contará com a pista de 3,7 metros de largura em cada faixa, acostamento de 3 metros e calçada de 1,70 metro.
As negociações entre o Brasil e o Paraguai para a construção da segunda ponte sobre o Rio Paraná começaram em 1992.
Fonte: G1
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