Um auditor da Receita Federal citado pela defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) foi exonerado do cargo de chefia do escritório da corregedoria do órgão, no Rio de Janeiro. A exoneração foi publicada no Diário Oficial da União na última quinta-feira (3).
O documento registra que o auditor-fiscal Christiano Paes Leme Botelho pediu para sair do cargo de chefe do escritório da corregedoria da Receita Federal na capital fluminense. Ele foi exonerado a pedido.
Christiano estava no cargo havia pelo menos 15 anos e, durante este período, coordenou trabalhos que ajudaram a força-tarefa da Lava Jato em duas investigações contra auditores fiscais sob suspeita de cobrar propina de empresários investigados.
A defesa de Flávio Bolsonaro tenta anular provas da investigação de rachadinha contra o senador alegando que os dados fiscais dele foram acessados irregularmente.
O jornal "Folha de S.Paulo" diz que a defesa de Flávio Bolsonaro não acusa diretamente o auditor, mas teria apontado casos semelhantes que supostamente envolveram Christiano para tentar provar que havia esta prática.
Em agosto, o presidente Jair Bolsonaro se reuniu com advogados de Flávio Bolsonaro e convocou para o encontro o chefe do gabinete de segurança institucional, ministro Augusto Heleno, e o diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem.
O objetivo era identificar falhas na conduta da Receita Federal, mas eles não encontraram provas de qualquer irregularidade.
O procurador-geral da República, Augusto Aras, abriu uma apuração preliminar sobre uma suposta mobilização de órgãos do governo federal para tentar anular investigações do caso das rachadinhas, que envolve o senador Flávio Bolsonaro. Mas, até agora, não houve avanços.
A Receita Federal já confirmou que, em setembro, houve um encontro fora da agenda oficial entre o secretário do órgão, José Tostes, e Flávio Bolsonaro.
Também confirma o encontro fora da agenda no Palácio do Planalto ente Tostes e o presidente Bolsonaro, cerca de uma semana após o encontro com Flávio.
O que dizem os citados
A defesa de Flávio Bolsonaro disse que não vai falar sobre o caso.
A TV Globo não conseguiu contato com o auditor fiscal Christiano Paes Leme Botelho e nem com os outros citados na reportagem.
A Receita Federal afirmou que não comenta exonerações.
O Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal afirmou que a saída de Christiano Paes Leme Botelho tratou-se de uma troca programada e que o ex-chefe da corregedoria em Brasília, Leonardo Abras, foi removido para o Rio de Janeiro no primeiro semestre para substituir Botelho e agora assumiu a chefia da corregedoria no Rio.
Fonte: G1
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