sábado, novembro 21, 2020

Possível tratamento para Covid-19 entra na última fase de testes no Reino Unido

Cientistas no Reino Unido anunciaram que vão começar, neste sábado (21), a terceira e última fase de testes de um possível tratamento contra a Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2). Segundo os pesquisadores, o tratamento, que usa anticorpos monoclonais, pode ajudar quem não puder ser vacinado contra a doença.



O tratamento será testado em mil pessoas no Reino Unido e outras 4 mil ao redor do mundo. Foi desenvolvido pela farmacêutica AstraZeneca – que também trabalha, em parceria com a Universidade de Oxford, em uma vacina para a Covid-19, que tem previsão de ser fabricada no Brasil pela Fiocruz.


Nos testes em solo britânico, metade dos pacientes vai receber o medicamento experimental e a outra metade, um placebo (substância inativa). Inicialmente, o estudo vai avaliar se o medicamento protege as pessoas de se infectarem com o Sars-CoV-2. Depois, vai investigar se o remédio serve como tratamento logo no início da infecção.


A intenção dos cientistas é que ele seja usado rapidamente em locais onde houver surtos, como casas de repouso e navios de cruzeiro. Isso também será testado posteriormente.


Benefício

Os anticorpos monoclonais podem dar ao paciente uma "imunidade passiva" contra uma doença. Diferente das vacinas – cujo objetivo é estimular o sistema imune a produzir seus próprios anticorpos – os anticorpos monoclonais já entram no corpo da pessoa "prontos" para combater o vírus.



O método tem pontos em comum com a terapia de plasma (que também ainda é experimental). O estudo dos monoclonais demanda, entretanto, mais tempo, por ter uma seleção de genes que garante um produto específico contra o vírus.


“As vacinas funcionam em pessoas que têm um sistema imunológico funcional", explicou Kate Bingham, chefe da força-tarefa de vacinas do Reino Unido, ao jornal britânico "The Guardian".


"Se você está imunossuprimido e está passando por transplantes de medula óssea ou tratamentos que realmente reduzem sua capacidade de montar uma resposta imunológica, então esta é basicamente a única forma atual de fornecer essa imunidade passiva de curto prazo”, esclareceu.

O custo, porém, é alto. Duas empresas, Regeneron e Eli Lilly, que produziram coquetéis de anticorpos para tratar pessoas em hospitais, definiram seus preços em US$ 600 (cerca de R$ 3,2 mil) a US$ 1 mil (cerca de R$ 5,4 mil) a dose, segundo o "The Guardian".


O número de pessoas no mundo que receberiam o coquetel de anticorpos em vez da vacina seria, entretanto, relativamente pequeno, disse ao jornal britânico o vice-presidente executivo de biofarmacêuticos da AstraZeneca, Mene Pangalos.


“São milhões de doses, contra bilhões”, afirmou.


Vacina


A AstraZeneca e Oxford ainda não divulgaram, diferente de outras empresas (veja mais abaixo), nenhum resultado preliminar da eficácia de sua vacina experimental contra a Covid-19.


"Estamos no caminho certo para ainda ter dados antes do final do ano ou antes do Natal. Acho que ainda esperamos poder dosar, se mostrarmos que a vacina é segura e eficaz, no final do ano", disse ao "The Guardian" o vice-presidente executivo de biofarmacêuticos da AstraZeneca, Mene Pangalos.


Nas últimas semanas, laboratórios como a Pfizer, a Moderna e o Instituto Gamaleya, na Rússia, divulgaram resultados iniciais de fase 3 sobre a taxa de eficácia de suas vacinas ainda em desenvolvimento. Nenhuma publicou, até agora, estudo científico com os dados.


A taxa de eficácia representa a proporção de redução de casos entre o grupo vacinado comparado com o grupo não vacinado.


Na prática, se uma vacina tem 90% de eficácia, isso significa dizer que 90% das pessoas que tomam a vacina ficam protegidas contra aquela doença.

Os dados iniciais divulgados pelas empresas apontaram as seguintes taxas de eficácia para suas vacinas em desenvolvimento. Os índices ainda podem mudar:


Pfizer: 95% de eficácia

Moderna: 94,5% de eficácia

Instituto Gamaleya (Rússia): 92% de eficácia

A FDA, agência regulatória dos Estados Unidos equivalente à Anvisa no Brasil, já anunciou que qualquer vacina deve comprovar 50% de eficácia antes de ser liberada nos EUA.


Fonte: G1

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