Parlamentares da oposição em Taiwan atiraram vísceras de porco em congressistas pró-governo, que revidaram, em sessão tumultuada nesta sexta-feira (27).
Integrantes do Kuomintang (KMT), partido opositor, levaram um recipiente cheio de intestinos, corações, fígados e outros órgãos suínos para protestar contra uma decisão do governo de flexibilizar restrições para a importação de carne suína dos Estados Unidos (entenda o caso mais adiante).
Logo no começo da sessão, os oposicionistas jogaram as vísceras no chão do plenário. Depois, começaram a atirar os pedaços nos adversários. Aí, começou um tumulto generalizado entre parlamentares, com troca de socos e outras agressões.
"Sentimos ter lançado vísceras de porco no Parlamento, mas fizemos isso para dar destaque ao assunto", disse à imprensa o Parlamento opositor Lin Wei-chou.
Lin Chu-yin, uma parlamentar do partido governista DPP, publicou fotos do tumulto em sua conta no Facebook.
"O partido da oposição tem o direito ade protestar, mas não deveria desperdiçar comida", escreveu.
Motivo da briga
O governo de Taiwan anunciou recentemente que permitirá as importações de porco dos Estados Unidos com Ractopamina, medicamento usado para agilizar o crescimento dos animais, a partir de 1º de janeiro. O remédio está proibido na União Europeia e na China.
As autoridades americanas deixaram claro que as restrições às importações de carne suína e bovina são um obstáculo para a assinatura de um acordo comercial entre Taiwan e Estados Unidos.
A presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, e o Partido Progressista Democrático (DPP), governista e com maioria no Parlamento, esperam que a flexibilização das restrições abra o caminho para o acordo.
Porém, muitos se opõem em Taiwan às importações de porco americano — a poderosa indústria suína taiwanesa teme a concorrência dos Estados Unidos.
No último fim de semana, dezenas de milhares de pessoas participaram da feira anual do trabalho, na qual a oposição às importações de porco foi o tema principal.
Quando estava na oposição o DPP realizou uma dura campanha contra a ractopamina e agora o KMT os acusa de hipocrisia.
O partido no governo defende agora que este aditivo não é uma ameaça para a saúde e o acordo incentivará os laços com os Estados Unidos, um valioso sócio comercial e um aliado estratégico contra a China — que considera Taiwan uma província rebelde.
Fonte: G1
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