Testes e agulhas usados para exames de coronavírus foram descartados em um canteiro ao lado da estação Santos-Imigrantes, da Linha 2-Verde do Metrô, na Zona Sul de São Paulo.
Testes usados para confirmação de diagnostico de Covid foram encontrados em terreno ao lado de Metrô em SP — Foto: Hugo Leonardo/Arquivo Pessoal
O material foi encontrado pelo designer Hugo Leonardo Peroni, de 39 anos. Na tarde do último sábado (24), ele passava pelo bairro quando notou que em meio ao lixo havia mais de 40 exames sorológicos do tipo rápido, usados para confirmação de contaminação por Covid-19.
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de São Paulo, que confirmou a presença do material e informou que já fez a remoção. A Secretaria da Saúde não informou se vai investigar a procedência dos resíduos, conforme a numeração do lote. Veja nota mais abaixo.
"Como havia feito o teste na semana anterior, notei que era o teste e a agulha (objetos azuis)", afirma o designer.
Ele também revela que na mesma data, à noite, acionou o serviço da vigilância municipal pelo telefone 156 e denunciou o caso.
"Passei por lá umas 16h. Umas 20h liguei para o 156 para informar. Não houve resposta da prefeitura imediata por se tratar de uma denúncia por telefone."
O G1 esteve no local na manhã desta terça-feira (27) e constatou que a maior parte do material foi retirada. Entretanto, agulhas e a tampa de um isopor possivelmente usado para armazenar as amostras permanecia no local misturado ao lixo acumulado.
Material foi encontrado em terreno ao lado da estação Santos-Imigrantes do Metrô de SP — Foto: Hugo Leonardo/Arquivo Pessoal
O que diz a Prefeitura de São Paulo
Em nota, a Prefeitura de São Paulo, por meio da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (AMLURB), informa que localizou os resíduos hospitalares no endereço mencionado pela reportagem e fez a remoção na segunda-feira (26).
A gestão municipal não informou se identificou a procedência do material através da numeração do lote, mas esclareceu que o descarte irregular de entulho em vias públicas é passível de multa no valor de até R$ R$ 16.693,28, conforme estabelece a Lei de Limpeza Urbana, nº 13.478/02, além de ser considerado crime ambiental.
O descarte irregular de resíduos deve ser denunciado pela Central SP156 (telefone, aplicativo ou site), ou nas praças de atendimento das subprefeituras.
G1 esteve no local na manhã desta terça-feira (27) e identificou embalagem de isopor que pode ter abrigado testes usados — Foto: Vivian Reis/G1
Descarte correto e riscos
Na cidade de São Paulo, a Amlurb é a responsável pela coleta de Resíduos de Serviços de de Saúde (RSS) de cerca de 27 mil estabelecimentos, como hospitais, clínicas médicas e estúdios de tatuagem.
Após a coleta, os resíduos são encaminhados para unidades de tratamento na capital, licenciadas pelo órgão ambiental, e posteriormente seguem para aterros sanitários.
A Amlurb orienta que os sacos de lixo domésticos sejam enchidos com apenas dois terços da sua capacidade para evitar vazamento, que sejam usados dois sacos resistentes e que tenham o nó reforçado. A medida é para evitar o contato dos agentes de limpeza com o lixo.
As Unidades Básicas de Saúde (UBSs) também podem receber medicamentos e outros resíduos para descarte, e o site do Recicla Sampa, movimento que visa aumentar a coleta seletiva na capital, disponibiliza endereços de pontos de coleta para o descarte de raio-x e remédios.
Medicamentos devem ser descartados na embalagem original, enquanto seringas e agulhas precisam ser colocadas em caixas coletoras perfurocortantes para evitar o risco de acidentes.
A contaminação pode acarretar na infecção pelo virus HIV, Hepatite B, Hepatite C, entre outros microganismos veiculados pelo sangue.
Nos documentos técnicos da Organização Mundial de Saúde, do Center for Diseases Control (CDC) de Atlanta/EUA, e do Ministério da Saúde não há relato da transmissão do SARS CoV 2 por acidente com material perfurocortante.
Especialistas alertam que pessoas com suspeita ou infecção pelo coronavírus precisam tomar alguns cuidados o lixo doméstico:
Separar uma lixeira de uso exclusivo da pessoa infectada ou suspeita no cômodo reservado para ela;
Usar, preferencialmente, sacos hermeticamente fechados;
Higienizar pontos de contatos, como alças e tampas de lixeiras.
Durante a pandemia, o descarte de máscaras também exige cuidados: é preciso usar dois saquinhos plásticos - um dentro do outro, amarrar bem e jogar no lixo. Ao retirar a máscara do rosto é importante segurar apenas pelo elástico e lavar as mãos antes e depois do procedimento.
Fonte: g1
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