A Polícia Federal cumpriu quatro mandados de busca e apreensão na 76ª fase da Operação Lava Jato, na manhã desta quarta-feira (7), em três locais no Rio de Janeiro.
A ação foi batizada de Sem Limites III e investiga crimes de corrupção passiva, organização criminosa e de lavagem de dinheiro na área comercial da Petrobras, especialmente no comércio de bunker, como é conhecido o produto escuro usado como combustível de navio.
O G1 apurou que os alvos alvos são: Marcos Antônio Collyer e Daniel Gomes Filho. A reportagem tenta localizar os advogados deles.
A PF informou que apreendeu mais de R$ 200 mil em dinheiro nos endereços dos investigados. Contudo, a contagem ainda não tinha terminado até a última atualização desta reportagem.
Funcionários e ex-funcionários da estatal são investigados, e a suspeita é de que o esquema tenha movimentado cerca de R$ 45 milhões em propinas entre 2009 e 2018.
As denúncias se basearam em declarações dos delatores da 57ª fase da operação.
Conforme o Ministério Público Federal (MPF), há várias provas de que os investigados promoviam um verdadeiro rodízio no fechamento de operações com as empresas do setor e que estas também pagavam vantagens indevidas.
Os alvos
Marcos Antônio Collyer, de acordo com o MPF, era pessoa responsável na Petrobras pela compra de combustíveis marítimos para abastecimento da frota de navios no exterior.
Daniel Gomes Filho era trader da Petrobras em Singapura e, segundo o MPF, assumiu a responsabilidade pela compra de combustíveis marítimos para os navios da estatal – próprios e afretados. Esses navios abasteciam no porto de Singapura.
Ao autorizar o cumprimento das buscas, a juíza federal substituta Gabriela Hardt, da 13ª Vara Federal de Curitiba, afirmou que o objetivo dos mandados era coletar provas relativa à prática de crimes por parte dos investigados.
Além de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa, a juíza também elencou crime contra o sistema financeiro nacional e falsidade ideológica ou documental.
Como funcionava o esquema?
De acordo com os delatores, funcionários da Petrobras que eram responsáveis pelas negociações de compra e venda de bunker e diesel marítimo recebiam vantagens indevidas para favorecer empresas de combustíveis. A compra era destinada ao abastecimento dos navios a serviço da Petrobras em portos estrangeiros.
As comissões eram geradas a partir da celebração das operações comerciais, e os executivos realizavam os pagamentos dos funcionários públicos com auxílio de um operador financeiro. Para isso, eles celebravam contratos fictícios para geração de recursos em espécie.
Um dos ex-funcionários da estatal, conforme as investigações, foi o responsável pelas negociações de combustíveis marítimos que abasteciam no porto de Singapura.
"Tendo em vista a série de irregularidades cometidas, entre as quais, relacionamento impróprio com fornecedores e conflito de interesses, chegou a ser suspenso de suas atividades por 29 dias", disseram os procuradores.
Segundo a PF, a investigação aponta que os funcionários da Petrobras também repartiam os valores de propina com outros agentes públicos da gerência executiva de marketing e comercialização.
O que diz a Petrobras?
A estatal disse, em nota, que é vítima dos crimes desvendados pela Lava Jato e que a companhia colabora com as investigações desde 2014, e atua como coautora do Ministério Público Federal e da União em 21 ações de improbidade administrativa em andamento, além de ser assistente de acusação em 71 ações penais relacionadas a atos ilícitos investigados pela operação.
Fonte: G1
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