O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deixou por volta das 18h20 deste domingo (4) o hospital em que está internado desde sexta-feira (2) com Covid-19. Ao sair, Trump acenou para apoiadores. Cerca de meia hora depois, ele retornou ao Centro Médico Militar Walter Reed, perto de Washington.
Às 18h16, Trump divulgou um vídeo em uma rede social no qual afirmou:
"Nós recebemos ótimas notícias dos médicos. Este é um hospital incrível – o trabalho que eles fazem é absolutamente fantástico. (...) Também acho que farei uma pequena surpresa para alguns dos grandes patriotas que estão nas ruas, que estão lá há algum tempo, que carregam bandeira de Trump. Eles amam nosso país. Eu não vou contar para ninguém, só para você, que eu estou para fazer uma pequena visita surpresa. Então, talvez, eu esteja lá antes de você me ver".
Na gravação, o presidente também disse: "Tenho aprendido muito sobre Covid. Aprendi realmente indo à escola. Esta é a escola real. Isto é realmente ler o livro da escola. E eu entendi. E é muito interessante vocês aprenderem isso".
No início da tarde deste domingo, a equipe médica havia afirmado que o presidente deve ter alta apenas nesta segunda-feira (5).
Carro com o presidente dos Estados Unidos, Trump, passa por apoiadores em uma carreata fora do Walter Reed Medical Center em Bethesda, Maryland — Foto: Alex Edelman/AFP
Médicos falaram em alta nesta segunda
Na entrevista coletiva deste domingo, os médicos que acompanham Trump disseram que ele pode receber alta hospitalar e voltar à Casa Branca nesta segunda se continuar a progredir em seu tratamento.
O doutor Sean Conley, que chefia a equipe, afirmou que houve dois momentos em que a saturação de oxigênio de Trump caiu: um na sexta, dia da internação, e outro no sábado. O presidente chegou a receber oxigênio para ajudar na respiração. Depois disso, voltou a melhorar.
Em nenhum momento foi grave, disse o médico. A saturação de oxigênio nunca esteve abaixo de 94%. O nível atual é de 98%, segundo a equipe médica. Trump não tem febre desde a sexta.
Os repórteres perguntaram por que o chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, expressou que a equipe médica estava preocupada.
Conley disse que em sua primeira coletiva tentou refletir a atitude positiva do presidente e, por isso, omitiu que Trump havia recebido oxigênio na sexta.
"Eu não quis dar nenhuma informação que poderia desviar o curso da doença em uma outra direção e, ao fazer isso, ficou parecendo que nós estávamos tentando esconder algo, o que não é necessariamente verdade."
Medicamento para pacientes graves
Trump ainda recebeu dexametasona, um medicamento que melhora as chances dos pacientes que têm perda de oxigênio, mas que não é dado aos doentes que têm apenas sintomas leves, pois ele diminui a capacidade do corpo de lutar contra o coronavírus.
Brian Garibaldi, um dos médicos da equipe, disse que a primeira dose foi dada no sábado e que o plano é continuar com o remédio, por enquanto.
O histórico da evolução clínica
Esta foi a segunda entrevista coletiva dada pelos profissionais de saúde liderados por Sean Conley. No sábado, eles haviam dito que os sintomas de Trump eram cansaço, congestão nasal e tosse – que o presidente estava em processo de melhora.
Naquela ocasião, os repórteres perguntaram especificamente sobre o oxigênio, e ele não respondeu.
Mais tarde, Conley divulgou um boletim sobre a saúde de Trump no qual o médico afirmou que o presidente havia tido "uma melhora substancial, embora ainda não esteja fora de perigo".
O documento ainda dizia que o presidente tomou uma nova dose do antiviral remdesivir e continua sem febre e sem oxigênio suplementar, com um nível de saturação entre 96% e 98% o dia todo.
Ainda segundo o comunicado, Trump passou a parte da tarde trabalhando, levantou e se movimentou pela suíte sem dificuldade, mas o médico alerta que a equipe continua "cautelosamente otimista".
Melania Trump, a primeira-dama, não está internada. Ela tem sintomas leves e está isolada na Casa Branca.
Fonte: G1
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