Nesta reta de final de ano, o governo de Jair Bolsonaro está "perdido e sem foco" na sua agenda econômica diante da divisão na equipe presidencial sobre as medidas necessárias para garantir a retomada do crescimento em 2021.
A avaliação foi feita ao blog por interlocutores do próprio presidente da República, preocupados com o risco de o cenário econômico piorar no início do ano que vem.
Para esses interlocutores, o governo está adiando, por questões políticas e de divergências internas, medidas que trariam mais segurança aos agentes econômicos no início do ano que vem.
Na lista dessas medidas, duas são apontadas como prioritárias, mas até agora indefinidas: a regulamentação dos gatilhos para garantir o cumprimento do teto dos gastos públicos e a criação do novo programa social — Renda Cidadã ou Brasil.
A preocupação de interlocutores do presidente Bolsonaro, compartilhada por empresários e economistas, é que tudo indica que o ano vai terminar sem que essas medidas sejam aprovadas, lançando incertezas sobre o início de 2021.
Como o governo decidiu não debater medidas polêmicas durante o período eleitoral, o Congresso terá apenas dezembro para votar as propostas da área econômica, o que é visto como praticamente impossível.
O problema, segundo assessores da equipe econômica, é que o cenário na economia está se deteriorando, com inflação em alta e dificuldades para o refinanciamento da dívida pública.
Além disso, a retomada do crescimento ainda está muito fraca e pode ser mais afetada pela indefinição sobre a votação das medidas econômicas necessárias.
Neste cenário, a expectativa é que o Banco Central acabe utilizando o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) para alertar sobre os riscos que o país pode enfrentar nos próximos meses diante das incertezas principalmente na área fiscal.
O Copom deve manter os juros inalterados em 2%, mas sinalizar que não fará mais reduções e que pode até subir a taxa Selic se as medidas na área fiscal não forem aprovadas. Principalmente as medidas que garantem o cumprimento do teto dos gastos públicos.
Fonte: G1
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