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quarta-feira, setembro 23, 2020

Sem auxílio emergencial, cerca de 6,6 milhões de domicílios teriam renda mensal per capita de R$ 12, diz IBGE

Dados divulgados nesta quarta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) enfatizaram a relevância do auxílio emergencial para a sobrevivência dos brasileiros mais pobres, que tiveram alta de mais de dois mil por cento na renda diante do benefício.



Pesquisa do IBGE enfatiza a relevância do auxílio emergencial na renda dos mais pobres; 43,9% dos domicílios contaram com o benefício em agosto — Foto: Lucas Lacaz Ruiz/Estadão Conteúdo


Segundo o levantamento, em cerca de 6,6 milhões de domicílios a média da renda per capita, ou seja, por pessoa, em agosto foi de R$ 12,47. Com o auxílio, no entanto, essa renda saltou para R$ 349,48 – uma alta de 2.703%.


Dos cerca de 6,6 milhões de domicílios com os menores rendimentos do país, quase um milhão não recebeu algum tipo de auxílio emergencial relacionado à pandemia do coronavírus. Para eles, a renda mensal máxima foi de R$ 88,03.


Para os domicílios cuja renda média per capital em agosto foi de R$ 192,27, com o auxílio esse valor subiu para R$ 436,27, uma alta de aproximadamente 127%. Já para aqueles com rendimento médio de R$ 342,11, o auxílio aumentou o valor em cerca de 63%, chegando a R$ 558,90.


Este cálculo, segundo o IBGE, evidencia o quanto o benefício é mais relevante para os mais pobres. O órgão considerou como auxílio emergencial relacionado à pandemia tanto aquele de R$ 600, batizado como Auxílio Emergencial, quanto a complementação do Governo pelo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda.



Para analisar o alcance do auxílio emergencial, o IBGE dividiu os domicílios do país em dez faixas de rendimento mensal per capita. Constatou-se que mais da metade dos domicílios nas primeiras seis faixas de rendimento, ou seja, de menor renda per capita média, contaram com o recurso extra em agosto.


O IBGE destacou que o rendimento médio domiciliar per capita dos domicílios onde nenhum dos moradores recebia algum auxílio do governo concedido em função da pandemia foi de R$ 1.802, mais de duas vezes superior ao daqueles onde algum morador recebia o benefício, que era de R$ 816.


De acordo com o IBGE, ao todo cerca de 31,1 milhões de domicílios contaram, em agosto, com algum tipo de auxílio financeiro criado especificamente para socorrer a população diante da crise provocada pela pandemia, o que corresponde a 43,9% de todos os domicílios do país.


Norte e Nordeste têm maior proporção de beneficiados

O IBGE indicou que os estados das regiões Norte e Nordeste foram os que apresentaram as maiores proporções de domicílios onde ao menos um dos moradores recebeu algum tipo de auxílio emergencial em agosto.


Segundo o levantamento, três estados da região Norte estão entre os cinco primeiros com maior percentual de domicílios recebendo auxílio emergencial: Amapá, Pará e Amazonas. No Nordeste, Alagoas e Maranhão também completam os cinco estados com maior proporção de domicílios beneficiados.


1,6 milhão sem remuneração do trabalho

O levantamento mostrou, ainda, que 1,6 milhão de pessoas afastadas do trabalho ficaram sem remuneração em agosto, o que corresponde a 23,7% do contingente de afastados. Um mês antes, em julho, esse percentual chegou a 32,4%.


Ainda segundo o IBGE, o rendimento médio real domiciliar per capita efetivamente recebido do trabalho no Brasil em agosto foi de R$ 1.302, o que corresponde a uma alta de 2,2% em relação ao valor apurado em julho, que foi de R$ 1.274.


Os dados fazem parte da Pnad Covid19, versão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua realizada com apoio do Ministério da Saúde para identificar os impactos da pandemia no mercado de trabalho e para quantificar as pessoas com sintomas associados à síndrome gripal no Brasil.


O estudo mostrou que o desemprego diante da pandemia teve alta de 27,6% em quatro meses. Essa alta foi puxada pelo maior número de pessoas que voltaram a procurar trabalho diante da flexibilização das medidas de isolamento social por todas as regiões do país.


Fonte: G1

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