A Secretaria de Saúde do Rio Grande do Norte investiga 10 casos da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica que pode estar relacionada à Covid-19, segundo confirmou neste sábado (8) ao G1. Conforme as autoridades, o problema que atinge crianças e adolescentes entre 7 meses e 16 anos é raro.
Hospital Maria Alice Fernandes (Arquivo) — Foto: Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi
A pediatra Ana Luísa Braga afirma que o primeiro caso que preencheu critérios para a síndrome na UTI no Hospital Maria Alice Fernandes, em Natal, ocorreu no final de maio. "Desde então, tivemos 10 casos. A Covid-19 em crianças e adolescentes geralmente é uma infecção leve com pouco ou nenhum sintoma. Pouquíssimas crianças vão evoluir para essa síndrome", afirmou.
De acordo com a subcoordenadora de Vigilância em Saúde da Secretaria de Saúde do Estado (Sesap), Alessandra Lucchesi, são observados casos em crianças até 60 dias após infecção ou exposição delas a pessoas diagnosticadas com a doença. Ainda de acordo com ela, nenhum dos pacientes no estado precisou de intubação. "Os relatos que temos são de casos leves a moderados", apontou.
Notificação
Na última semana, o Ministério da Saúde implantou a notificação dos casos nos sistemas nacionais de monitoramento e orientou secretarias de saúde dos estados e municípios sobre o diagnóstico e atendimento de possíveis casos, através da identificação dos sinais e sintomas mais comuns.
Ainda de acordo com o Ministério, a maioria dos casos relatados apresentou exames laboratoriais que indicaram infecção atual ou recente pelo coronavírus ou vínculo epidemiológico com caso confirmado de Covid-19. Segundo o governo, os casos são raros e ainda não há comprovação sobre a relação entre a síndrome e a Covid-19.
Entre os sintomas mais frequentes estão:
Febre alta e persistente
pressão baixa
conjuntivite
manchas no corpo
inchaço nas mãos e pés
diarreia
dor abdominal
Suspeita
Em abril passado, médicos do Reino Unido identificaram o que parecia um aumento nos casos de síndrome de Kawasaki, uma doença inflamatória rara, que normalmente afeta crianças pequenas. Depois de alguns estudos, a conclusão é que não se tratava da doença, mas de "algo parecido". A nova síndrome tem se manifestado em crianças e adolescentes cerca de quatro semanas depois do contato com o novo coronavírus.
O Ministério da Saúde, em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), publicou nota técnica no fim de maio como alerta para a possível relação da síndrome com o novo coronavírus.
Segundo a Secretaria de Saúde do RN, os profissionais do estado já estão orientado para identificar e notificar possíveis casos.
Fonte: G1
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