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segunda-feira, agosto 24, 2020

Polícia e MP encontram indícios de 'rachadinha' e nepotismo no gabinete de Flordelis

A Polícia Civil e o Ministério Público do RJ encaminharam à Procuradoria-Geral da República (PGR) e à Câmara dos Deputados indícios da prática de "rachadinha" e de nepotismo no gabinete de Flordelis (PSD), em Brasília.


A deputada federal foi denunciada nesta segunda-feira (24) e apontada como mandante do homicídio do marido, o pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019.


“Não foi o objeto da nossa investigação, mas foi um encontro fortuito de indícios que nós pedimos para remeter para quem, se achar que assim deve fazer, abrir uma investigação própria nesse sentido”, explicou o promotor Sérgio Luiz Lopes Pereira, do Grupo de Atuação Especializada e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público.


As acusações de "rachadinha" – esquema de repasse de parte do salário recebido por funcionários, servidores ou prestadores de serviço a um político ou a assessores dele – envolvem o filho afetivo Carlos Ubiraci Francisco da Silva e a neta de Flordelis Rayane dos Santos Oliveira.


O G1 entrou em contato com a defesa da família, mas não teve resposta até a última atualização desta reportagem.


Carlos Ubiraci e Rayane foram dois dois oito presos nesta segunda-feira (24), em Brasília, e são acusados de associação criminosa e de ter participado do envenenamento gradual do pastor Anderson -- e dos planos de seu assassinato.


Anderson e Flordelis — Foto: Reprodução/TV Globo
Anderson e Flordelis — Foto: Reprodução/TV Globo


‘Rachadinha’

Os investigadores apontam que o esquema cortava 62% do salário de Carlos como funcionário da Câmara Federal. O salário dele como secretário parlamentar constava no portal da Câmara dos Deputados como R$ 15.698,32 bruto (R$ 11.733,64 líquido), em fevereiro de 2009.


Em uma troca de mensagens, no entanto, Flordelis pede para que Carlos seja retirado da lista de cobertos pelo plano de saúde da família e alega que o filho recebia R$ 4,5 mil e que poderia arcar com os custos.


Rayane morava em apartamentos funcionais na Asa Norte, em Brasília. Em depoimento, ela também deu indícios da "rachadinha", segundo a investigação. Ela disse que recebia R$ 2,5 mil como funcionária da Câmara, o que equivaleria a 1/6 do que lhe foi prometido. O G1 não encontrou o nome no site da transparência da Câmara.


“A Rayane, quando foi pra Brasília, foi com a promessa de ganhar R$ 15 mil como assessora parlamentar. E a gente tem documentação nos autos de que ela estaria recebendo apenas R$ 2,5 mil. É um nítido e flagrante caso de ‘rachadinha’”, afirmou o delegado Allan Duarte, responsável pelas investigações na Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí.


Morte do pastor


Segundo a investigação da morte de Anderson, Carlos foi responsável por garantir que a comida envenenada fosse consumida somente pelo pastor.


Rayane teria sido uma das arquitetas do plano que terminou com a morte de Anderson, além de convencer Flávio dos Santos Rodrigues e Lucas dos Santos Souza, indiciados pelo homicídio, a praticar o crime.


Fonte: G1

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