A União Europeia não está interessada em comprar possíveis vacinas contra Covid-19 por meio de uma iniciativa coliderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) por considerá-la lenta e de alto custo, disseram duas fontes do bloco à Reuters, observando que a UE está conversando com farmacêuticas para conseguir vacinas por menos de US$ 40.
Voluntário recebe injeção durante fase de testes de potencial vacina contra a Covid-19 da empresa Moderna, em Seattle, nos EUA, em foto de 16 de março — Foto: AP Photo/Ted S. Warren
A posição mostra que a UE só adotou em parte uma abordagem global na corrida por vacinas contra Covid-19, já que, embora seja uma das maiores apoiadoras de iniciativas a favor de um acesso igualitário para todo o mundo, prefere priorizar os suprimentos para a população do bloco.
Tal postura também pode prejudicar a Covax, iniciativa liderada pela OMS para garantir vacinas para todos.
"Usar a Covax levaria a preços mais altos e suprimentos mais demorados", disse uma das autoridades.
A OMS e a Gavi, uma parceria público-privada que colidera a Covax, não quiseram comentar de imediato
Um mecanismo da Covax concebido para comprar vacinas antecipadamente está visando um preço de US$ 40 em países ricos, disse a autoridade, acrescentando que a UE poderia adquiri-las por preços menores com seu próprio esquema de pré-compra.
Atualmente, o bloco está conversando com várias farmacêuticas para obter suas vacinas contra coronavírus em potencial por antecipação, disseram autoridades à Reuters na semana passada.
Estes acordos possíveis seriam financiados com cerca de 2 bilhões de euros de um fundo contingencial da UE conhecido como Instrumento de Apoio de Emergência (ESI), segundo autoridades.
Caso estejam disponíveis, o bloco também quer garantir vacinas até o final do ano. Este cronograma "não é viável" com a Covax, disse um funcionário.
A Comissão Europeia, que é o Executivo do bloco e lidera suas tratativas com as farmacêuticas, aconselhou as nações da UE a usarem o Covax se quiserem, mas não para comprar vacinas, disse o funcionário.
O porta-voz da Comissão não quis comentar.
Uma autoridade disse que se unir às duas iniciativas pode não ser viável legalmente, já que os Estados da UE aceitaram uma clausula de exclusividade quando apoiaram o esquema de compra antecipada.
Surpreendida pelas manobras dos Estados Unidos para garantir vacinas e remédios em potencial contra o coronavírus, a UE adotou recentemente uma postura mais afirmativa nesta corrida global.
Fonte: G1
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