A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou nesta quinta-feira (23) que, diante das flexibilizações e abertura dos países infectados pelo coronavírus, aumenta a responsabilidade de cada pessoa para ajudar a barrar a transmissão do vírus.
Tedros Adhanom Ghebreyesus — Foto: Salvatore Di Nolfi/Keystone/AP
"Não voltaremos ao antigo normal. A pandemia já alterou a forma como levamos a vida", iniciou sua fala o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Tedros pediu que as pessoas não esperem somente que outros cuidem da sua segurança pessoal diante da ameaça do vírus, é preciso tomar decisões sábias e responsáveis neste momento.
"Onde vão, o que fazem e com quem se encontram devem ser encarados como decisões de vida e morte", disse o diretor-geral. "Suas escolhas podem fazer a diferença entre a vida e a morte para um ente querido ou para um estranho."
"Conhece o número de casos relatados na sua região? Sabe onde encontrá-los?", questionou Tedros. "Está higienizando suas mãos frequentemente? Está seguindo as recomendações das autoridades locais?"
Dando como exemplo os jovens que já se mobilizam em torno das causas ambientais e raciais, Tedros pediu que os jovens se mobilizem em torno da garantia da saúde como um direito humano. "Precisamos que os jovens comecem um movimento global em torno da saúde", pediu.
Américas
A diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Carissa F. Etienne, informou na terça-feira (21) que, por causa da situação da saúde da população das Américas, a região é mais suscetível aos casos graves da Covid-19.
"Por meio de dados mais detalhados, aprendemos que algumas pessoas são mais propensas a adoecer do que outras. Pesquisas mostram que condições como diabetes, doenças renais e hipertensão, e doenças infecciosas como HIV e tuberculose, aumentam o risco da Covid-19 grave. Infelizmente, muitas dessas condições médicas são comuns nas Américas, o que deixa nossa região mais vulnerável a doenças graves”, disse Etienne.
De acordo com a diretora da Opas, 3 de cada 10 pessoas nas Américas, cerce de 325 milhões de pessoas, são mais vulneráveis a apresentar casos graves da Covid-19 por terem doenças e condições associadas, como diabetes, doenças cardíacas e obesidade. Somente na América Latina e Caribe, são 186 milhões de pessoas mais vulneráveis à infecção.
A Organização reforçou que as pessoas de 15 a 64 anos não são imunes, além de muitos nesta faixa etária viverem com uma ou mais condições de saúde pré-existentes, e que homens têm 2 vezes mais chances que as mulheres de apresentarem as formas mais graves do coronavírus.
"Adultos em idade ativa - pessoas de 15 a 64 anos - não são imunes, e muitos vivem com uma ou mais condições de saúde pré-existentes. Diabetes e doença renal crônica, em particular, são especialmente prevalentes entre as populações adultas [das Américas]", informou Etienne.
Tais dados sobre a vulnerabilidade da população das Américas frente à Covid-19 foram levantados em parceira com a Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, no Reino Unidos. A parceria permitirá que a Opas desenvolva um modelo adaptado sobre o enfrentamento do coronavírus na região, considerando as características de saúde da população, segundo Etienne.
Ainda durante a coletiva, o membro da Opas, Sylvain Aldighieri, voltou a falar da cloroquina, informando que a organização não recomenda o uso do medicamento no tratamento da Covid-19.
Pandemia não desacelera nas Américas
Ainda na segunda, a Opas informou que a pandemia continua acelerando nas Américas e poucos países conseguiram diminuir a curva de transmissão.
"A pandemia não mostra sinais de desaceleração em nossa região. Na última semana, foram registrados quase 900 mil novos casos e 22 mil mortes, a maioria no Brasil, México e Estados Unidos", disse Etienne.
Segundo a Opas, a região das Américas contabilizaram 7,7 milhões de casos e 311 mil mortes.
Fonte: G1
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