O diretor regional da Europa para a Organização Mundial da Saúde (OMS), Hans Kluge, afirmou que o aumento de infecções de novo coronavírus entre jovens pode estar provocando picos recentes de casos em todo o continente.
Um dia quente de praia em Barcelona, no dia 17 de julho. — Foto: EPA
Ele disse ao programa Today da Rádio 4 da BBC que as autoridades precisavam se comunicar melhor com os mais jovens.
"Um número crescente de países está passando por surtos localizados e um ressurgimento de casos. O que sabemos é que isso é uma consequência da mudança no comportamento humano", disse ele.
"Estamos recebendo relatórios de várias autoridades de saúde sobre uma proporção maior de novas infecções entre jovens. Então, para mim, é o suficiente para repensarmos a melhor maneira de envolver os jovens."
Kluge disse que, como pai de duas filhas, entende que os jovens "não queiram perder o verão".
Mas ele acrescentou: "Eles têm uma responsabilidade em relação a si mesmos, a seus pais, avós e comunidades. E agora sabemos como adotar comportamentos bons e saudáveis, então vamos aproveitar esse conhecimento".
Semanas após os bloqueios começarem a ser amenizados em todo o continente europeu, os casos de novas infecções começam a aumentar em algumas áreas. Por isso, governos começaram a pedir mais cautela, além de adotar novas medidas para conter a disseminação do vírus.
Na terça-feira, o Senado italiano votou pela extensão do estado de emergência. O primeiro-ministro, Giuseppe Conte, disse que as infecções estão aumentando em países vizinhos — incluindo França, Espanha e Bálcãs — e pediu uma vigilância extra para impedir que o vírus volte.
O chefe da agência de saúde pública da Alemanha também disse que está "muito preocupado" com o aumento de infecções. Lothar Wieler, chefe do Instituto Robert Koch (RKI), disse a repórteres na terça-feira que os alemães haviam se tornado "negligentes" e pediu às pessoas que usassem máscaras faciais e respeitassem as regras sociais de distanciamento e higiene.
A Alemanha resistiu bem ao surto inicial, mas, na semana passada, registrou 3.611 novas infecções.
A Grécia — que também resistiu bem nos primeiros meses da pandemia — disse que está tornando as máscaras obrigatórias novamente em lojas e serviços públicos após um aumento recente de infecções.
O ministro da Saúde da França, Olivier Véran, disse que queria evitar outro lockdown e pediu às pessoas que "não baixem a guarda".
E no Reino Unido, a súbita decisão do governo de impor uma quarentena de 14 dias aos viajantes que chegam da Espanha atrapalhou os planos de férias de milhares de pessoas. A Espanha criticou a medida como "injusta", afirmando que o aumento de novas infecções por lá se limita em grande parte a apenas duas regiões.
Fonte: G1
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