O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou neste sábado (4) que alguns ambientes se acham “acima de Deus”. Maia deu a declaração em uma transmissão na internet quando comentava sobre a atuação da força-tarefa da Lava Jato.
“Tem alguns ambientes no nosso país hoje que acham que estão acima de Deus, porque não podem ser fiscalizados. Todos podem ser fiscalizados, menos alguns, alguns não têm fiscalização”, disse.
Maia afirmou que concorda com a Lava Jato, mas que o coordenador da força-tarefa em Curitiba, Deltan Dalagnol, “deixou claro que é um movimento político”. “Porque ele diz que as ações contra a Lava Jato são para prejudicar a candidatura do [Sérgio] Moro em 2022. Então está muito claro qual é o jogo que está sendo jogado”, disse.
O presidente da Câmara cobrou punições por parte do Conselho Nacional do Ministério Público durante videoconferência realizada pelo Grupo Prerrogativas. Segundo Maia, o procurador-geral da República, Augusto Aras, tentou ter acesso a dados das investigações por ser o chefe da instituição.
“Nosso Conselho Nacional do Ministério Público precisa começar a funcionar, precisa começar a punir. Acho que este é um debate que a gente precisa fazer. Essa constituição do CNMP, como ele está montado, tem gerado mais impunidade do que qualquer outra coisa, porque ali nada acontece. Acho que essa é uma questão importante que o procurador-geral da República deve estar olhando nas ações que vem tomando nas últimas semanas”, afirmou ainda Maia.
Na semana passada, uma visita da subprocuradora Lindôra Araújo — outra auxiliar de Aras e chefe da Lava Jato na PGR, em Brasília — à força-tarefa da operação em Curitiba gerou uma crise interna.
No encontro, procuradores do MPF do Paraná e a equipe da subprocuradora divergiram quanto ao compartilhamento de informações sigilosas. Depois desse episódio, a força-tarefa de Curitiba acionou a corregedoria do MPF e três procuradores deixaram o grupo da Lava Jato na PGR.
Fonte: G1
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