Professores da Universidade Nove de Julho (Uninove) foram surpreendidos nesta segunda-feira (22) com um comunicado de demissão por mensagem quando tentavam acessar à plataforma de aulas, de acordo com o Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro-SP). A associação entrou com uma ação no Tribunal Regional do Trabalho nesta terça-feira (23).
Professores da Uninove foram informados de demissão por meio de pop-up em plataforma de aulas — Foto: Arquivo Pessoal/Sinpro-SP
Em nota, a Uninove não respondeu se houve ou não demissão em massa, mas disse que, diante da pandemia, "fomos ao limite para manter nosso quadro funcional". Leia nota completa abaixo.
"Atenção! Prezado (a) professor (a), comunicamos que em 22 de junho de 2020, fica V. Sa. dispensada de prestar serviço a esta empresa sem obrigatoriedade inclusive do cumprimento do aviso prévio previsto em lei, o qual ser-lhe-á pago em conformidade com o que estabelece a legislação trabalhista pertinente", diz a mensagem recebida por professores que acionaram o Sinpro-SP.
O sindicato, que representa os professores empregados em instituições de ensino da rede privada da capital, estima que a Uninove tenha demitido ao menos 300 docentes por meio do pop up, sem aviso prévio e sem apresentação de motivos.
A associação protocolou na Justiça um pedido coletivo para solicitar a anulação da demissão em massa, em caráter liminar.
"Até o momento, a entidade foi informada de que mais de 300 professores dos mais diversos cursos, alguns com muitos anos de labor contínuo na instituição, foram abruptamente notificados da demissão. Incumbe notar que as mensalidades continuam a ser normalmente pagas", escreveram os advogados do Sinpro-SP em ação protocolada no TRT nesta terça.
O sindicato apontou ainda que o comunicado de demissão oferece uma orientação equivocada para que os professores entreguem a carteira do plano de saúde no departamento de recursos humanos, pois a Uninove deve manter o plano de saúde por 30 dias e informar a opção de manter o contrato por um determinado período, desde que os profissionais afastados se comprometam a arcar com o custo.
Alunos criaram um abaixo-assinado intitulado “UNINOVE, queremos nossos professores de volta”. "Em um momento tão drástico como o que estamos passando, é um absurdo adotar tal medida sem o mínimo de empatia e humanidade!! Nem os coordenadores sabiam da decisão, todos foram pegos de surpresas!!", protestam os alunos no documento, que, até as 18 horas desta terça, foi assinado por mais de 20 mil pessoas.
De acordo com o Sinpro-SP, a decisão é parte de um processo de reestruturação na universidade, que já teria incluído demissões em 2019, investimento no ensino à distância, redução da carga horária e do salário dos professores, o que teria levado a uma sobrecarga de trabalho.
O que diz a Uninove
A Uninove preza como bem maior o ensino de milhares de alunos e a qualidade dos serviços oferecidos há mais de 50 anos.
Diante da pandemia que atingiu o mundo, tivemos que nos adaptar à nova situação e fomos ao limite para manter nosso quadro funcional e todas nossas obrigações contratuais em dia. Salários dos professores foram garantidos pontualmente e vultosos investimentos em tecnologia realizados. As mensalidades estão sendo renegociadas, tendo em vista a perda do poder aquisitivo de nossos alunos e seus familiares.
Todas as medidas de readequação foram necessárias para preservar o sonho dos futuros profissionais que aqui se formarão.
A Uninove reitera seu compromisso com a qualidade do ensino e acredita que essa situação é momentânea e será superada por todos com trabalho e confiança.
Agradecemos aos professores que contribuíram e aos que aqui permanecem contribuindo para a excelência e qualidade de nosso ensino.
Prédio da Universidade Nove de Julho (Uninove) — Foto: Divulgação
Fonte: G1
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