O subprocurador-geral do Ministério Público que atua junto ao Tribunal de Contas da União, Lucas Rocha Furtado, pediu nesta quinta-feira (18) que o TCU apure o aumento na produção de cloroquina pelo Exército Brasileiro, após determinação do presidente Jair Bolsonaro.
Segundo o pedido do MP, o governo decidiu "aumentar a produção do fármaco em 84 vezes nos últimos meses, em comparação ao mesmo período nos anos de 2017 a 2019".
Furtado também quer que o TCU apure a "responsabilidade direta do Presidente da República na orientação e determinação para o incremento dessa produção, sem que haja comprovação médica ou científica de que o medicamento seja útil para o tratamento da Covid-19".
Em nota, o Ministério da Defesa afirmou que não cabe à pasta ou ao Exército "se pronunciarem sobre manifestações e procedimentos de outros órgãos", e que os questionamentos serão "oportuna e devidamente esclarecidos".
Também em nota, o Exército acrescentou que o Laboratório Químico Farmacêutico do Exército atende a demandas de dois ministérios: Saúde e Defesa. Mas, não comentou as dúvidas levantadas pelo MP.
Questionada, a Presidência da República disse que cabe ao Ministério da Saúde responder sobre o caso. O G1 entrou em contato e ainda aguarda retorno.
A cloroquina e a hidroxicloroquina são duas das várias substâncias apontadas, inicialmente, como possíveis tratamentos para a Covid-19. Não há estudos conclusivos sobre a eficácia e, nesta quarta (17), a Organização Mundial de Saúde (OMS) determinou, pela segunda vez, a suspensão de pesquisas sobre as duas drogas.
Segundo a entidade, as evidências científicas apontam que a substância não reduz a mortalidade em pacientes internados com a doença. Mesmo assim, o governo Jair Bolsonaro segue recomendando o uso das medicações em pacientes.
Fonte: G1
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