O grupo farmacêutico suíço Novartis anunciou o fim de um teste clínico sobre a hidroxicloroquina para tratar os pacientes de Covid-19. Segundo a empresa, o motivo é a falta de participantes, informou a agência France Presse.
Foto mostra comprimidos de hidroxicloroquina, substância usada para tratar malária e algumas doenças autoimunes, como lúpus. — Foto: John Locher/AP
Em um comunicado, a Novartis explica que tomou a decisão de "deter e encerrar um teste clínico com hidroxicloroquina contra a Covid-19" pelas graves dificuldades de contratação dos participantes, o que tornou "impossível" finalizar o estudo.
Em 20 de abril, o grupo anunciou um acordo com a agência americana de medicamentos, a Food and Drug Administration (FDA), para organizar testes clínicos de fase 3 da hidroxicloroquina em pacientes hospitalizados por Covid-19.
Os testes tinham como objetivo avaliar o uso do tratamento em 440 enfermos em uma dezena de cidades nos Estados Unidos.
Mas, em 15 de junho, as autoridades de saúde americanas retiraram a autorização do uso em caráter de urgência de dois tratamentos contra a Covid-19, a cloroquina e a hidroxicloroquina, que o presidente Donald Trump chegou a defender durante algum tempo.
A FDA anunciou, em 28 de março, a autorização para a prescrição destes tratamentos contra a malária, apenas no hospital, a pacientes infectados pelo novo coronavírus.
Polêmica
A polêmica sobre a eficácia da hidroxicloroquina passou da área científica e entrou no debate político.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) suspendeu pela segunda vez testes com este tratamento e chegou à conclusão de que o fármaco eficiente no tratamento contra a malária não reduz a taxa de mortalidade dos pacientes hospitalizados de Covid-19.
No Brasil, o Ministério da Saúde informou que vai ampliar as orientações de uso da cloroquina e da hidroxicloroquina para o tratamento precoce da Covid-19 em dois perfis de pacientes: crianças e grávidas.
Questionada pelo G1 sobre se há novos estudos e evidências científicas que justificam a manutenção das orientações para uso do droga, a representante do Ministério da Saúde desqualificou a decisão dos EUA, afirmando que o FDA se baseou em trabalhos de "péssima qualidade".
"Os trabalhos usados não podem ser referências utilizadas, são trabalhos de péssima qualidade metodológica, vamos continuar produzindo bons trabalhos no Brasil e vamos aguardar que o mundo produza evidências clínicas de nível A", disse a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Pinheiro.
Fonte: G1
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