O secretário-adjunto da Saúde do Rio Grande do Norte, Petrônio Spinelli, defendeu as mudanças do decreto de restrição de atividades publicado nesta quinta-feira, 23, por causa do coronavírus. Segundo Spinelli, as atividades liberadas são essenciais e as medidas “não foram flexibilizadas, mas ajustadas."
Créditos: Magnus Nascimento
Pedro Lopes disse que alguns setores foram reabertos para retomada gradual da economia no RN
As modificações do decreto incluem, entre outros, a permissão das atividades industriais, abertura de hotéis, pousadas e flats, salões de beleza, barbearias e escritórios de advocacia e contabilidade. A retomada da indústria e da construção civil também foi autorizada.
Segundo Petrônio Spinelli, o critério para flexibilização não foi econômico, mas de assistência à saúde. “No processo, nós avaliamos que alguns setores precisam flexibilizar, no sentido de ajustar, para garantir o isolamento. Por exemplo, os podólogos (profissionais de tratamento de pés) cuidam de pessoas doentes, que tem diabetes. Deixar de tratar essas pessoas pode levá-las a uma condição mais grave, que podem ter consequência de precisarem do hospital e aí sim terem um risco maior de contrair o coronavírus", declarou.
Sobre os serviços de hospedagem, afirmou: “Não foram abertos para as pessoas passarem férias, mas tem diversos profissionais de saúde que precisam sair de casa para não colocar as pessoas da família em risco. Elas podem utilizar esse serviço para se hospedar. Existem pessoas que viajam para trabalhar e continuam viajando e precisam de hospedagem".
O controlador-geral do Estado, Pedro Lopes, confessou que alguns dos serviços foram reabertos para haver uma retomada gradual das atividades econômicas, como as indústrias. A resposta contraria a declaração da Sesap/RN que afirma que foram considerados apenas os critérios assistenciais.
“O decreto tem duas vertentes: esclarecer algumas situações que não estavam tão evidentes, e o decreto apenas traz com mais precisão, e promove algumas medidas focadas no retorno das atividades econômicas. A prioridade é a saúde e a vida das pessoas, mas o decreto já olha para o futuro, para o processo de retomada, que é necessário", disse Pedro Lopes.
Apesar da liberação, a recomendação da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap/RN) é a manutenção do distanciamento social para todos. A Sesap espera cumprimento de 60% da população, mas o índice não foi alcançado sequer nos dias de maior restrição.
Questionado se a liberação de mais atividades não traria dificuldades para o distanciamento social, o secretário-adjunto da pasta afirmou que “a preocupação maior é com as pessoas que saem às ruas sem acreditar na doença". “Essas precisam entender que o distanciamento social tem que ser cumprido e o uso de máscaras adotado. A ideia é que os setores que foram liberados aumente o rigor em seus espaços. O uso de máscara e do álcool em gel é obrigatório", ressaltou.
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do Norte (Fecomércio), uma das principais entidades a defenderem a retomada das atividades econômicas, considerou o novo decreto um “avanço", mas ainda solicita a abertura dos estabelecimentos que conseguem operar sem o uso de ventilação artificial.
O que mudou
Novo decreto que prorroga as medidas de saúde para o enfrentamento do novo coronavírus (Covid-19), trazendo mudanças em relação aos textos anteriores. Publicado na edição desta quinta-feira, 23, do Diário Oficial do Estado (DOE), o documento libera produção industrial e uma série de outras atividades, mas traz, também, a proibição a carreatas e amplia o período sem aulas até o dia 31 de maio. O decreto tem vigência até o dia 5 de maio.
As alterações foram dispostas no Decreto nº 29.584, que traz ajustes em diversos dispositivos do antigo decreto, que tinha validade até esta quinta-feira, 23. Uma série de atividades continuam liberadas e outras novas, que antes estavam proibidas, podem ser executadas.
Transportes de cargas, oficinas mecânicas, borracharias, lojas de autopeças, hotéis, pousadas, agências de emprego, serviços de reparos de computadores e eletrodomésticos, lavandeiras, seguradoras, escritórios de contabilidade, lojas de vendas e locação e automóveis ou motocicletas, e serviços de higiene pessoal, incluindo barbearias, cabeleireiros e maniciures, por exemplo, estão com o funcionamento liberado.
Pelo decreto, também esta liberado sem restrição de horários o fornecimento de refeições para entrega em domicílio e também em pontos de coleta. Além disso, não haverá mais qualquer suspensão à atividade industrial, observadas na etapa fabril as recomendações das autoridades sanitárias.
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!